Valdemir “Sertão” Pereira conheceu na noite de sábado (13/5), nos Estados Unidos, sua primeira derrota como pugilista profissional. Defendendo pela primeira vez o cinturão dos pesos pena da Federação Internacional de Boxe (FIB), contra o norte-americano Eric Aiken, o brasileiro foi desclassificado no oitavo assalto por abusar dos golpes baixos, segundo interpretação do árbitro.
Foi o primeiro revés de Sertão, que tem 25 vitórias com 15 nocautes em seu cartel. Aiken chegou à 15ª vitória (12 por nocaute) com quatro derrotas. O brasileiro ficou indignado com o resultado. “O juiz é um ladrão, um cego, e me prejudicou muito”, declarou Sertão, que também ficou decepcionado com a atitude do rival. “O cara foi um ator. Ele estava cansado pra caramba, com a cara toda arrebentada, e não ia agüentar os 12 rounds. Se a luta fosse até o fim, com certeza eu levava”, continuou.
Sertão foi punido pelo árbitro porque teria acertado quatro golpes abaixo da linha da cintura do oponente durante a luta, mas o brasileiro nega. “No primeiro eu realmente acertei o saco dele, mas no segundo e no terceiro não acertei. E o quatro pegou na cintura dele e ele saiu fingindo”, lamenta, reclamando também da altura do calção de Aiken: “O calção dele estava quase no peito e a faixa amarela era muito grossa”.
O combate foi disputado em Boston, nos Estados Unidos. Porém, mesmo com a vitória de um pugilista da casa, parte do público chegou a vaiar a decisão. “Nos vestiários, foram umas crianças lá falar comigo, acompanhadas de uma intérprete, e elas me disseram que a decisão foi injusta, que eu era o melhor e deveria ter vencido”, conta Sertão.
Não foi a primeira vez que um brasileiro se diz injustiçado em uma luta nos Estados Unidos contra um pugilista local. No mês passado, Acelino “Popó” Freitas foi derrotado por pontos pelo norte-americano Zahir Raheem em uma decisão que provocou bastante reclamações. “Para mim, eles estavam comprados. Já levei dois murros no saco lutando nos Estados Unidos e não aconteceu nada”.
Sertão quer a revanche o mais rápido possível. “Se Deus quiser, o Servílio (de Oliveira, empresário) vai resolver os problemas e espero lutar contra ele (Aiken) logo. Por mim, eu lutaria já daqui a um mês”, diz o pugilista. “Mas, se ele não vier, eu luto com outros. Tenho outros títulos para conquistar”, acrescentou.
O brasileiro promete que não vai desanimar com a derrota. Pelo contrário. “É triste perder desta forma, mas a vida é uma escola e não temos que baixar a cabeça. Eu vou treinar mais ainda agora, porque aprendi que para ganhar dos norte-americanos você precisa deitá-los”, finalizou.
