Sem subir ao octógono desde julho, quando foi derrotado pelo americano Chris Weidman ao desafiá-lo pelo cinturão dos pesos médios, em luta ocorrida em Las Vegas (EUA), o brasileiro Lyoto Machida vê o confronto diante de CB Dollaway neste sábado como uma grande oportunidade para reiniciar a trajetória em busca do cinturão. Com cartel de 21 vitórias e cinco derrotas, o lutador diz estar confiante para o UFC Barueri, apesar de ponderar os prós e contras de atuar em território nacional.
Machida já lutou no Brasil no início deste ano, quando venceu Gerard Mousasi em evento realizado em Jaraguá do Sul (SC), por decisão unânime dos juízes. Inclusive, Lyoto, Barão e Cara de Sapato podem desempatar o retrospecto de lutas em favor dos brasileiros em Barueri (SP), já que apenas Lyoto e José Aldo se deram bem lutando no País em 2014, enquanto Mauricio Shogun e Pezão perderam suas lutas no UFC de Natal (RN) e de Brasília (DF), respectivamente.
“Acho que é uma grande oportunidade. Cada luta é uma chance, e agora não vai ser diferente. Tenho a oportunidade de mostrar meu trabalho mais uma vez e estar de volta à trajetória para brigar pelo cinturão”, falou. “É uma maravilha estar aqui no Brasil, sempre existe o bônus e o ônus. O bônus é estar no meu lugar, com a torcida a favor, e o ônus é a pressão que você precisa administrar. Tudo na vida é assim, você sempre tem os dois lados”, ponderou Lyoto ‘The Dragon’ Machida.
Já o norte-americano vê o confronto contra Machida como uma grande chance de se firmar entre os principais lutadores do UFC, apesar de a etapa de Barueri (SP) encerrar o calendário de 2014. “Conseguir a vitória vai ser ser o mais importante para eu provar que realmente faço parte dessa divisão de lutadores”, declarou CB Dollaway, sentindo-se desafiado a provar seu potencial.
Chinzo Machida, irmão e técnico de Lyoto, falou à Gazeta Esportiva.Net sobre as mudanças que o brasileiro percebeu em relação ao treinamento morando no exterior – há cerca de três anos, Lyoto trocou o clima abafado de Belém (PA) pelo calor californiano, na Costa Oeste dos Estados Unidos. “Os melhores treinadores brasileiros foram para os Estados Unidos por conta das condições de trabalho. Lá você encontra uma academia mais acessível e estruturada em termos de equipamento, além de uma maior tranquilidade para treinar”, declarou. “O Brasil tem talento para formar campeões, mas a maioria dos lutadores brasileiros moram nos Estados Unidos porque facilita os treinos, e a sede do UFC também é lá”, acrescentou.
Ao dar detalhes sobre o período intensivo de treinos pelo qual passou o brasileiro, o técnico garante que Lyoto está preparado. “A base do Lyoto é o karatê, um karatê que a nossa família vem desenvolvendo, desde a infância essa é a base dele. Dependendo da situação, ele está preparado para as três esferas da luta, a parte da queda, a parte do chão e a parte em pé. O CB é um cara que gosta de levar a luta para o chão, mas acredito que ele não será surpreendido”, comentou Chinzo, alegando que o irmão tem treinado a parte de chão com Rener Gracie, grande referência no jiu-jitsu.