Há sete anos, UniCeub/Brasília e Flamengo protagonizam grandes episódios no basquete brasileiro. Os dois times, inclusive, chegaram a ser considerados os maiores rivais da atualidade na modalidade.
Se o time candango conseguiu ser dominante no início, arrebatando títulos, enquanto os arquirrivais ficavam em posições abaixo do pódio, agora é o Flamengo quem vive momento vitorioso. O time carioca, inclusive, conseguiu um feito que os candangos nunca conseguiram: um título mundial de basquete.
A ótima fase do Rubro-Negro começou há três anos. Após uma sequência de resultados negativos, o time, então duas vezes campeão brasileiro de basquete, sentiu necessidade de profundas mudanças.
Iniciou contratando o técnico José Neto para a vaga do argentino Gonzalo Garcia. O passo seguinte foi buscar, em times rivais, jogadores que já se conhecessem, tornando o entrosamento uma barreira a menos. O resultado não poderia ser melhor: em sete campeonatos, nada menos do que seis títulos, incluindo uma Liga das Américas, conquistada de forma invicta.
Para o ala/pivô Olivinha, um dos símbolos do time pela característica de vibrar a cada ponto ou rebote, a mentalidade do clube foi fundamental para que a sucessão de canecos se tornasse possível.
“Desde que o Neto chegou e começou a colocar a filosofia dele, nós disputamos sete campeonatos e conquistamos seis. Ele é um cara que gosta bastante de trabalhar e exige bastante da gente e nossa equipe comprou a ideia dele e vem dando certo até agora”, elogia.
Além disso, Olivinha destaca que a união do elenco também foi fundamental para que o time não se perdesse durante as empreitadas de sucesso. Ele frisa ainda a disciplina tática.
“Nossa equipe não demonstra ego algum. Quando se está dentro da quadra, é um apoiando o outro sempre, não importa se está jogando ou se está no banco, isso ajuda muito. Outro fator que nos ajuda bastante é que cada um sabe a sua função no time, então todos respeitam os espaços e as decisões que são tomadas dentro da quadra”, celebra.
Arthur admite vantagem do rival
Até mesmo os rivais que estavam acostumados a verem o Flamengo pelo retrovisor em diversas competições já admitem que, no momento, são os cariocas quem detêm a vantagem.
O ala Arthur, do UniCeub/Brasília, vive a rivalidade com o Flamengo. Para ele, as contratações acertadas ajudam a equipe da Gávea a alcançar resultados positivos sucessivamente.
Na opinião dele, o elenco formado, juntamente com o fator entrosamento, são fundamentais para que os campeões mundiais estejam um passo à frente.
“Hoje, eles estão (à frente). Possuem uma base formada há anos e trouxeram jogadores de peso que se encaixaram muito bem no elenco deles. Nosso time está forte, mas ainda não conhecemos bem o americano que vai chegar e como se adaptará ao time”, aponta.
O time candango, porém, luta para repor as perdas de Alex e Nezinho. Até o momento, contratou Lucas Cipolini, Fúlvio e o norte-americano Darington Hobson, que ainda não apareceu na capital.
Nova rivalidade?
Os altos investimentos feitos pelo Bauru nesta temporada (entre os atletas contratados pela equipe paulista estão Alex Garcia e Rafael Hettsheimer) abrem a possibilidade uma nova rivalidade no basquete brasileiro: Bauru x Flamengo.
Para esta temporada, o time paulista tentará quebrar a hegemonia de Flamengo e UniCeub/Brasília como únicos times a conquistarem o NBB. “Acredito que Bauru montou uma equipe muito forte. Fez um investimento muito grande e pode ser considerado como um dos favoritos também”, aponta Olivinha.
Cautela
Para Arthur, a possibilidade de maior destaque entre a equipe paulista e o clube carioca existe, mas ele prefere ter mais cautela.
“Os grandes times, no papel, são mesmo Bauru e Flamengo. O Bauru pelos jogadores que contratou. É impossível afirmar que os dois vão estar na final. Existem muitas coisas que podem mudar durante o campeonato. Ano passado, tínhamos o melhor elenco no papel e ficamos em 5º. Por isso, o que vai valer é a forma que os times vão jogar nos próximos meses”, opina o camisa 4 do time candango.
Basquete resgata boa imagem
Os maus resultados nos campos de futebol do Brasil fizeram do basquete do Flamengo uma espécie de alento para o torcedor rubro-negro.
Após as conquistas recentes, o time passou a investir ainda mais na imagem do clube também nas quadras de basquete. Nas vindas do time a Brasília, por exemplo, o ala Marcelinho – um dos atletas de maior identificação com o time – foi várias vezes mostrado em vídeos promocionais dos programas de sócio-torcedor do Rubro-Negro.
Desta forma, a agora equipe campeã mundial passou a ser tratada como o “orgulho da nação”.