Etiene Medeiros retornou ao Brasil na noite de quarta-feira e foi recebida com festa pela família. Surpreendida pela presença dos parentes no Aeroporto de Guarulhos, ela espera que a medalha conquistada no Mundial de Esportes Aquáticos de Kazan sirva para impulsionar a natação feminina no País.
Com apenas 24 anos, a pernambucana vem fazendo história. No primeiro pódio de uma brasileira na história do Mundial, ela levou a prata nos 50m costas. Etiene também foi pioneira na versão em piscina curta do evento (ouro nos 50m costas em Doha 2014) e nos Jogos Pan-Americanos (ouro nos 100m costas em Toronto 2015).
“Quanto mais eu filtrar tudo que está acontecendo na minha vida de forma positiva, melhor. As pessoas dizem que sou exemplo para outras atletas. Percebo que estou representando uma coisa grande. Isso é muito bom para o esporte, e não só para mim. Toda a natação está sendo beneficiada pelos meus feitos”, afirmou.
Diante da série de resultados expressivos em curto espaço de tempo, Etiene ainda se acostuma com o novo status. Durante a longa viagem da Rússia para o Brasil, por exemplo, a nadadora brasileira contou ter concedido autógrafo a uma garotinha, experiência nova em sua carreira.
“A quebra dos tabus é importante, mas não estou muito ligada a isso. Meu sonho é tão maior, que as coisas estão vindo atrás de mim e vou pegando. É meio automático. Vejo a proporção quando chego ao aeroporto, quando vou ao mercado, quando sou abordada pelas pessoas”, explicou.
O sonho de Etiene Medeiros, evidentemente, é conquistar uma medalha nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro 2016. Na medida em que os 50m costas não fazem parte do programa do evento, a nadadora pernambucana passa a priorizar os 50m livre e os 100m costas.
Ela iniciou o Mundial de Kazan com a meta de alcançar a final nas três distâncias, mas não conseguiu fazê-lo nas provas olímpicas, já que foi a última na semi dos 50m livre e terminou a seletiva dos 100m costas na nona posição, a 26 centésimos da britânica Lauren Alice Quigley, última classificada à decisão.
“Não consegui a final nos 100m costas, porém foi muito importante ficar no top 10. No ano que antecede as Olimpíadas, é fundamental estar entre as melhores. Os 50m livre, não nadei muito bem. Paciência. Não cumpri o objetivo de fazer final nas três provas, mas algumas metas foram alcançadas e estou no caminho certo”, afirmou.