Clara Carvalho
clara.carvalho@jornaldebrasilia.com.br
A beleza natural do Lago Paranoá esconde algumas fatalidades. Acidentes, como a morte de um jovem durante a prática do stand up paddle (esporte em que o praticante fica em pé sobre uma prancha), levantaram no ano passado um debate sobre a utilização correta das águas.
Em novembro de 2011, o governador do DF, Agnelo Queiroz, assinou decreto autorizando a criação de um grupo de trabalho para estabelecer diretrizes a quem utiliza o espaço. Assim nascia o Plano de Gerenciamento do Lago Paranoá, mostrado na edição de ontem do Jornal de Brasília.
Para o Corpo de Bombeiros do DF, a medida tem como objetivo prevenir a utilização desregrada do espaço. A principal norma será restringir o acesso de atletas e usuários a até 100 metros das margens, para evitar que sejam atingidos por embarcações. Já os veículos náuticos movidos a motor serão orientados a trafegar por áreas delimitadas. “O objetivo do plano é proteger a população que utiliza o lago. Estamos pensando na segurança como um todo”, diz o capitão dos Bombeiros Luís Fonseca.
O documento nem saiu do papel e já causa polêmica. Para Marco Gorayeb, vice-campeão brasileiro de stand up paddle e manager da equipe brasileira da modalidade, a medida irá restringir o acesso e elitizar ainda mais o lago. “Este plano vai interferir em uma lei da Marinha. As autoridades não podem confundir as prioridades entre as embarcações. Sempre o maior barco tem responsabilidade sobre o menor”, explica.
O professor e praticante de remo Pedro Borges concorda. “Já existe uma lei que proíbe o trânsito de barcos nas margens do lago”, diz o instrutor. Mas nem todos os atletas fazem coro ao discurso. Rick Rodrigues, integrante do Movimento dos Sem Praia, grupo que se reúne no Lago para a prática de diverssas modalidades, a medida está correta. “Temos que prezar a segurança do praticante”, avisa.