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Pilotos unem forças para não perderem o kartódromo

Arquivo Geral

12/04/2014 9h30

A incerteza quanto ao futuro   do Autódromo Internacional Nelson Piquet tem feito kartistas  do Distrito Federal desfrutarem do espaço como se fosse a última vez. 

Com um grid recorde de 50 pilotos (número que antes não passava dos 40), outros sete aguardam na fila de espera, hoje todos vão correr pela terceira etapa da Copa VB Fiamoncini – Campeonato Brasiliense dividido em quatro etapas e organizado semestralmente.

O drama faz sentido, já que não há a confirmação da permanência ou não do kartódromo no espaço. Caso a reforma para receber a MotoGP ocorra, eles serão remanejados para um novo espaço, a ser definido. 

“Começamos com esse evento no ano passado e, com o passar do tempo, nos organizamos melhor. É claro que os pilotos vêm pela divulgação e diversão, mas há um clima de despedida e eles querem aproveitar”, analisa Yuri Mendes,  administrador do Ferrari Kart há 11 anos – desde a criação do espaço.   

Para o próximo campeonato, a partir de julho, Yuri diz que as quatro etapas serão realizadas separadamente. Assim, ele não corre o risco de ter que  interromper o torneio caso seja retirado do local.  

Até agora, nada

Preocupado com os 46 funcionários que trabalham diretamente no lugar, somados a outros 200 indiretos, Yuri tenta se precaver com algumas cartas na manga. 

“Tenho a ata registrada no dia da reunião na Novacap, em dezembro, que diz que ninguém seria prejudicado caso a gente tenha que sair”, afirma. 

Na reunião citada por ele, foi apresentado o projeto da reforma e houve a promessa por parte da Novacap de que o kartódromo seria colocado o mais próximo possível do Autódromo. “Ainda não recebi nenhum posicionamento formal deles. O que  sei é o que saiu na mídia”, esclarece.

A frustração  toma conta do lugar por completo. Yuri é o primeiro a bater o pé com argumentos que comprovam a necessidade da permanência de seu estabelecimento nas imediações do Autódromo. 

“Amanhã (hoje), dois eventos vão bombar aqui. Um é a Copa VB,  com o recorde de pilotos. Se brincar  é o maior do Centro-Oeste. Tem também a  Arrancada , que atrai públicos imensos. São dois grandes atrativos com o risco de desaparecer”, dispara o administrador.

Ele teme pelo futuro de seus funcionários, que dão o sangue pelo local há 11 anos. 

“Eles se comprometeram com prestações de casa, carro, etc. e estão desesperados com tudo. Além de sustentarem as famílias. Imagina?” questiona o preocupado fã de automobilismo. 

 Base não pode acabar
 
Nelson Piquet, Vitor Meira, Felipe Nasr e  Yann Cunha são alguns dos  pilotos brasilienses que brilharam e brilham nas pistas de velocidade do Brasil e do mundo. Todos eles passaram pelo kart, a base do automobilismo. 
 
“Não sei se vamos sair ou se vamos ficar, mas a cada dia nos juntamos mais para brigar por isso. Sei que é um esporte elitista, que demanda muito tempo e dinheiro, mas não deixa de ser um celeiro revelador”, sustenta o empresário  e piloto Tadeu Sabbag. 
 
Tadeu gasta mais de mil reais por mês na manutenção de seu hobbie. “Não há limite”, diz.
 
Parou nos 50
 
Com o apoio de empresários e a soma do valor das inscrições, Yuri Mendes, administrador do kartódromo, gasta R$ 10 mil reais por etapa (R$ 40 mil no total). 
 
Quando realizaram a primeira Copa VB, em 2013, o número de inscritos não passava dos 25. Hoje, já chega aos 50 e tem fila de espera caso algum “titular” desista de correr.
 
“Não dá para aumentar o número de inscrições. No próximo campeonato, vamos ter que dividi-lo em dois”, acredita.

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