No auge dos seus 15 anos, se não fosse o sobrenome, Pedro talvez passaria desapercebido. Mas como já é de praxe a família Piquet revelar nomes nas mais variadas modalidades do automobilismo, com o caçula não seria diferente.
Filho do ícone que batiza o Autódromo Internacional de Brasília, hoje, às 16h55, o piloto vai correr pela primeira vez em casa, na terceira etapa da Fórmula 3 Brasil – a segunda bateria do grupo é amanhã, após a primeira largada do Brasileiro de Marcas, às 10h15.
Marcando presença ao lado do pimpolho tanto nos testes no País como no exterior, Nelson Piquet, muito provavelmente verá o filho largar na pista onde fez história no passado.
Ao JBr, Pedro disse que não sente pressão nenhuma em “reviver” os passos dos familiares em Brasília. Ao contrário, quer escrever a sua própria história e toma a presença do pai como uma característica fundamental ao seu favor. “Acho que é uma boa oportunidade para mostrar a ele o quanto estou aprendendo”, argumenta. “Quero trabalhar muito para ganhar aqui”, destaca.
Pedro também pensa em se exibir aos amigos que já o acompanhavam antes mesmo de entrar na Fórmula 3. “Eles já vieram em corridas de kart e acho que vão curtir mais agora vendo de perto um carro de F3, que é bem mais parecido com o equipamento da Fórmula 1. Acho que vai ser uma experiência muito interessante”, diz o líder do campeonato, com 100% de aproveitamento.
Veio conhecer
No último final de semana, quando a Stock Car passava pelo Distrito Federal, Pedro veio receber umas “aulinhas particulares” do piloto da categoria e campeão da primeira corrida, Átila Abreu.
À bordo de um Camaro, os dois percorreram o circuito do Autódromo. Enquanto isso, o experiente Átila passava algumas dicas sobre a pista ao calouro.
Começo de dar orgulho ao pai
Sem muito tempo para treinar na pista do Autódromo Internacional Nelson Piquet, Pedro Piquet sabe que será muito difícil manter o incrível 100% de aproveitamento na Fórmula 3 Brasil. Ele segue isolado em primeiro, com 60 pontos, seguido de Bruno Etman (40 pontos), Raphael Raucci (28), Artur Fortunato (28) e Leonardo Souza(22).
Mesmo em primeiro, Pedro tem muito o que temer. Natural de Brasília, ele nunca andou no anel externo do circuito e tem a falta de tempo como o seu principal rival neste fim de semana.
“Só percorri o traçado original do Autódromo. Conheço apenas duas curvas e as outras duas terei que aprender bem rápido. Como a programação desta etapa está concentrada no final de semana, sem treino na sexta (ontem), temos que ser muito eficientes no sábado (hoje).”
A preocupação do piloto e da equipe Cesário F3 “A” e fazer com que nenhum dano seja causado no carro durante os treinos, já que o tempo para o conserto seria mínimo. “Se bater mais forte em algum dos treinos, fica difícil arrumar o carro para a corrida”, explica.
Com emoção
Outro ponto a se pensar é a alta velocidade da pista. A pole no ano passado, por exemplo, foi registrada com uma volta acima de 200 km/h de média, com áreas de escape modestas.
“Todo mundo vai tirar bastante as asas. O desempenho dos F3A e dos Lights deve ser muito próximo, o que traz mais emoção e disputas para a corrida”, garante. A prova de amanhã tem inversão das seis primeiras posições do grid em relação ao resultado de hoje.