Campeã do mundo em 1994, Magic Paula viu a Seleção Brasileira de basquete feminino ter um desempenho bem abaixo 20 depois. Na Turquia, a equipe comandada por Luiz Augusto Zanon venceu apenas um de quatro jogos, sendo eliminada já nas oitavas de final. A queda, porém, foi escorada mais uma vez no discurso de renovação, já que a média de idade das jogadoras era baixa.
“Não podemos ficar apenas neste discurso que estamos sempre renovando. No Pan-Americano de 2011, quando o Ênio foi treinador, já tinha esse discurso. Se vamos renovar, vamos dizer o que estamos fazendo para que as meninas possam chegar não tão cruas a uma competição de grande porte”, alertou Magic Paula, que conversou com a GazetaEsportiva.net durante evento na Faculdade Cásper Líbero.
“Eles precisam dizer o que eles querem para o basquete feminino, se vão manter o mesmo time, se querem chegar entre os quatro, entre os dez primeiros colocados. Será preciso dizer o que eles querem”, questionou a campeã mundial, detectando um problema maior para o futuro: “Fica difícil e perdemos nossa credibilidade com esse papo que estamos sempre renovando”.
De acordo com Magic Paula, a falta de investimento ou planejamento para melhora o basquete nacional não é um problema atual. Mesmo quando a equipe verde e amarela conquistou o topo do mundo, já era possível perceber que as categorias de base não recebiam a atenção merecida, o que prejudicou a formação das gerações posteriores ao título.
“Vivemos o mesmo problema que vivíamos há 20 anos: há um bom investimento na modalidade, mas não se pensa nas novas gerações, não colocam os times de base para jogar. Você fica sempre nesta expectativa de ter resultados em cima de uma geração que não foi tratada com carinho”, constatou a ex-jogadora, aproveitando para pedir uma mudança de mentalidade.
“Termina o Mundial, mas a gente não sabe qual é a proposta para o basquete feminino daqui um ano e meio, quando jogaremos as Olimpíadas. Temos que esquecer um pouco a performance e pensar nos clubes que fazem basquete feminino, dar um gás na base, na formação e capacitação de treinadores. A gente busca talentos, mas eles não aparecem. É preciso pensar em times infantis, juvenis”, concluiu.