Ana Paula Freire e Maria Clara Oliveira, da London Bridge UCB News
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As mulheres brasileiras estão fazendo história em Londres. O País já garantiu 16 medalhas nesta edição dos Jogos Olímpicos, o que torna a participação brasileira nos Jogos da capital inglesa a mais produtiva em quantidade. O pontapé inicial foi dado por Sarah Menezes, que conquistou o primeiro ouro feminino no judô logo no primeiro dia oficial de competições. Outra mulher, Adriana Araújo, conseguiu o bronze no boxe, que marcou a centésima medalha olímpica do Brasil em 22 participações nos Jogos.
O bom desempenho de Sarah e Adriana é um exemplo do avanço das mulheres no mundo do esporte. Se na primeira edição dos Jogos Olímpicos, na Grécia, em 1896, não havia competidores do sexo feminino, 116 anos depois a realidade é bem diferente: o Time Brasil levou 121 mulheres para Londres (ao todo, são 259 atletas), enquanto a delegação britânica (o Team GB) tem 261 mulheres dentre seus 541 representantes.
Também nesta edição das Olimpíadas, houve a quebra de um tabu secular. A Arábia Saudita, o Qatar e o Brunei permitiram, pela primeira vez, que atletas femininas participassem da competição. Um exemplo marcante foi o da judoca saudita Wojdan Shaherkani, que disputou a categoria até 78 kg.
Os torcedores veem essa participação feminina com bons olhos. Para a britânica Lucy Wilby, os esportes femininos são uma novidade. “Eu ouço pessoas dizendo que o futebol feminino é melhor que o masculino, que as garotas mostram mais animação”, diz. Lucy, personal trainer e técnica de lacrosse, afirma que a presença de mulheres nas Olimpíadas desperta, em outras meninas, a vontade de se tornarem atletas: “É um novo modelo. Mais garotas estão entrando no mundo dos esportes, e também no da psicologia e da fisiologia de treinar duro. É um novo nível de profissionalismo”, explica. “O mundo está mais aberto para receber a atuação feminina na sociedade, e o esporte faz parte disso”, opina a brasileira Maysa Dart.
Acréscimos
Mesmo com a crescente importância das mulheres nos Jogos Olímpicos, ainda há piadinhas sexistas e preconceito, visíveis em redes sociais e até em manifestações nas arenas.
Para a britânica Elsa Kue, isso vai contra princípios de igualdade e tolerância: “Nós deveríamos torcer por um país. Se a mulher é do país, torça por ela”, analisa.