Ian Ferraz
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Declarações machistas, racistas, homofóbicas e atitudes antidesportivas têm custado caro a atletas. A velocidade com que astros ganham dinheiro praticando o que de melhor sabem fazer é ainda maior na perda de patrocínios por deslizes cometidos.
O erro da vez recai sobre o pugilista multicampeão e candidato ao senado das Filipinas, Manny Pacquiao. Após declarar que “gays são piores que animais”, Pacquiao sentiu o golpe da Nike, que retirou o patrocínio acertado desde 2006.
A repercussão negativa motivou o atleta a pedir desculpas, ainda que de forma polêmica novamente: “sou contra o casamento entre gente do mesmo sexo pelo que diz a Bíblia, mas não estou condenando os LGBTs”, alega.
Não é a primeira vez que a gigante norte-americana rompe contratos. Em 2015, a Nike retirou o apoio a Jon Jonesx ex-campeão do meio-pesado do UFC, por ele dirigir embriagado em Albuquerque (EUA), atropelar uma grávida e não prestar socorro.
Em 2012, o ciclista norte-americano Lance Armstrong também viu a empresa dar adeus ao ser notificada sobre casos de doping.
Um case curioso da empresa envolveu o campeão paralímpico Oscar Pistorius. Os recordes naS pistas de todo o mundo levaram a empresa a comparar Pistorius a “uma bala no cano”. O que a Nike não esperava era que Pistorius fosse preso por supostamente assassinar a namorada e modelo Reeva Steenkamp com quatro disparos.
O calo só não apertou para o golfista Tiger Woods. Os escândalos de infidelidade não fizeram a empresa romper o vínculo, embora outras tenham feito à epoca, em 2009.
ATÉ NA NBA
Em 2014, Donald Sterling, dono da franquia de basquete Los Angeles Clippers, arremessou para fora do aro ao proferir frases racistas. A locadora de carros CarMax e a companhia aérea Virgin American abandonaram a equipe da NBA.
O caso chegou até ao presidente Barack Obama, que rebateu com classe: “quando as pessoas ignorantes querem anunciar sua ignorância, você realmente não tem que fazer nada, é só deixá-los falar. Foi o que aconteceu. Os vestígios de discriminação ainda estão lá”.
Saiba mais
Escândalos de corrupção também podem comprometer atletas e empresas.
A Confederação Brasileira de Futebol perdeu o apoio da Gilette, uma das marcas da Procter & Gamble. A empresa alega que só patrocinará quem estiver “alinhado aos seus valores”.
Sobre Manny Pacquiao, a Nike disse que “se opõe fortemente à discriminação de qualquer tipo.”