A dois anos do início dos Jogos do Rio de Janeiro-2016, alguns dos principais envolvidos na preparação do evento se encontraram na sede do Comitê Organizador. A recente Copa do Mundo foi citada repetidas vezes na segunda-feira, com o cuidado de esclarecer que seu grau de exigência é menor.
“Os Jogos representam o evento de maior complexidade do planeta. Não há nada parecido. São 42 Mundiais em 15 dias, com 11 mil atletas. O Brasil vai ser a casa do esporte, principalmente o Rio de Janeiro”, declarou Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e do Comitê Organizador.
A despeito da desconfiança e dos questionamentos dos meses que antecederam a recente Copa do Mundo, vencida pela Alemanha sobre a Argentina, o torneio que reuniu 32 seleções de futebol em 12 cidades terminou de maneira bem-sucedida. E serviu como lição para os organizadores das Olimpíadas.
“Não tenho dúvida que o sucesso da Copa ajuda muito no processo dos Jogos. Sofremos todas as pressões e críticas, algumas infundadas, mas tudo que havia sido assumido pelos três níveis de governo aconteceu. Foi um grande aprendizado para ver que nossa jornada até 2016 não precisa ser tão dolorosa”, disse Eduardo Paes, prefeito do Rio de Janeiro.
O estádio do Maracanã recebeu um total de sete partidas da última edição da Copa do Mundo, inclusive a decisão entre alemães e argentinos. Assim como Carlos Arthur Nuzman, Eduardo Paes sublinhou que o grau de complexidade das Olimpíadas é maior.
“Fomos muito bem sucedidos na Copa, mas são duas coisas totalmente diferentes. O Maracanã recebeu apenas sete jogos, com um público mais tranquilo do que o de um Vasco x Flamengo. Na Copa, tivemos 32 países, com 736 jogadores e uma única modalidade. Na Olimpíada, são 200 nações, 11 mil atletas e 42 esportes”, enumerou.
De acordo com Renato Ciuchini, diretor executivo comercial do Comitê Organizador dos Jogos, a Copa do Mundo será benéfica na medida em que as empresas que não participaram do torneio de futebol, após o sucesso do evento, estão mais propensas a investir nas Olimpíadas – a entidade espera arrecadar um total de R$ 7 bilhões.
Luis Fernandes, secretário executivo do Ministério do Esporte, chefiado por Aldo Rebelo, participou da organização da Copa do Mundo e agora se dedica aos Jogos Olímpicos. Apesar das diferenças entre os dois eventos, ele adota a mesma postura otimista.
“Na Copa, enfrentamos um certo mau humor e ceticismo, mas eu tinha certeza de que tudo seria entregue a tempo e com qualidade. Vendo a evolução dos projetos das Olimpíadas, reafirmo a mesma convicção. Pedimos um voto de confiança”, declarou Fernandes.