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No Futebol Americano, belas e brutais

Arquivo Geral

03/04/2014 8h00

Queridinho das mulheres quando querem mostrar sua sensualidade, o biquíni nos Estados Unidos também é usado como instrumento de combate. Sem qualquer vergonha de aparecer em trajes íntimos, algumas o fazem de maneira exótica: para jogar futebol americano. 

Com direito a todos empurrões, puxões e esbarrões que o esporte proporciona, a ousadia atrai multidões de expectadores aos estádios da Legend Football League (LFL), popularmente conhecida como Lingerie Football League.

O sucesso do evento aumenta a cada temporada, quatro até agora. O jogo de abertura da quinta acontece no próximo sábado, às 16h (horário de Brasília). Em Chicago, o Green Bay Chill entram em campo com a difícil missão de vencer o campeão e favorito Chicago Bliss. A primeira rodada do torneio  é dia 12, entre Jacksonville Breeze e Baltimore Charm, em Maryland.

Além do país de origem da modalidade, Canadá, Austrália e México se renderam aos encantos da LFL. Os mexicanos foram além: fundaram sua própria liga (a Ibero-Americana de Futebol Americano de Biquíni). A partida que deu o pontapé na temporada 2014, inclusive, foi na última segunda.

O CAMPEONATO

Os moldes do torneio norte-americano funciona basicamente como a liga de futebol profissional do país (NFL): dois grupos de cinco times  dispostos em conferências (leste e oeste). Os dois campeões de cada grupo vão direto para as semifinais – os segundos e terceiros colocados se enfrentam na rodada de wild card. O torneio segue em mata-mata com jogos únicos até a decisão, marcada para seis de setembro.

BRASIL na lfl

A grande surpresa no meio disto tudo é a realização do Mundial da categoria (World Bowl) em terras brasileiras. Anunciado no site oficial, em fevereiro do ano passado, a LFL afirmou a existência de um acordo para a realização de 12 de junho a 13 de julho – paralelo à Copa do Mundo. 

Em 2010, o Brasil quase teve uma representante na Liga. A ex-modelo e running back Vanessa Lobo participou dos primeiros treinos, mas acabou desistindo por morar longe do local de treinos do time de Vegas, o qual defenderia.

Polêmicas e discussões

Tamanha proporção dada ao campeonato de futebol americano de biquíni, gerou polêmicas. Entre as mais variadas opiniões que envolvem a imagem da mulher, a mais significativa fica à cargo das próprias mulheres.

Na internet há uma infinidade de artigos e publicações sobre a LFL. Um deles expõe ao leitor críticas feministas deste novo esporte como “esnobes sobre um palanque”.

Em bate-papo com o Jornal de Brasília, as atletas de flag (futebol americano sem contato) do Alligators não concebem a ideia de jogar em trajes de banho como as estrangeiras. “Nos Estados Unidos há os campeonatos do esporte na modalidade feminina. As atletas de lingerie só estão lá porque não têm mais onde jogar”, alfineta Ana Cezarin , uma das mais antigas no elenco desde a fundação, em 2012. 

Mesmo com suas companheiras adversas a ideia, a atleta Maísa Menezes vê a situação com naturalidade. “Tudo tem o seu lado positivo. Por mim, jogaria de biquíni sem problema”, brincou.

Menina de ouro

Eleita a jogadora mais valiosa da temporada passada, a quarterback e safety Heather Furr acumulou 277 jardas e completou 30 passes, dos quais 12 resultaram em touchdown, conquistando 433 jardas no total. Furr atua no Chicago Bliss, campeão da liga no ano passado. Disposta a levar o bicampeonato da LFL e o primeiro Mundial deste ano, no Brasil, a jogadora revelou a prioridade para 2014: levantar a taça das duas conquistas e deixar os números e objetivos individuais em segundo plano.

A lingerie virou biquíni

Originalmente chamado de Lingerie Football League, o campeonato contava com as atletas literalmente vestidas com calcinhas, sutiãs e cintas-liga. Após a proporção negativa frente a maioria das mulheres que o esporte tomou, em 2013, os responsáveis pela liga mudaram o nome para Legend Football League e os trajes mudaram para biquínis e proteções. A medida veio para tornar o esporte mais agradável para todos os expectadores.

Franquias pelo mundo

A Liga foi fundada nos Estados Unidos, em 2009. Hoje, existem franquias em outros países como Austrália e Canadá. Até 2015, os organizadores têm o objetivo de expandir a nova concepção do esporte para a Irlanda, Alemanha e Reino Unido. No momento, eles festejam o sucesso nas quatro temporadas e acrescentam que o crescimento foi superior aos eventos norte-americanos, como UFC e WWE, no mesmo período de atividade. O Brasil está nos planos de expansão da Liga com o Mundial.

As diferenças

São mínimas as diferenças da LFL para o futebol americano convencional. Além do biquíni, as partidas são disputadas em um campo de 50 metros e com dois tempos  de 17 minutos. Cada time entra em campo com apenas sete atletas de 20 inscritas para uma partida – isso significa que há três ou quatro jogadoras que atuam tanto no ataque quanto na defesa. Assim como no futebol americano, o touchdown conta seis pontos, no entanto, não existe o gol em formato de “U” para a cobrança do ponto extra (field goal).

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