Thiago Henrique de Morais
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Em meio aos troféus e os títulos celebrados neste fim de semana, vários jovens de Brasília buscam a adrenalina sobre duas rodas no autódromo Nelson Piquet. Mas uma pessoa em especial chamava a atenção em meio aos pilotos da última etapa do Capital Racing, o Campeonato Brasiliense de Motovelocidade. No auge dos seus 70 anos, Remi Toscano não se intimidou com os seus concorrentes e voou baixo no circuito interno da pista candanga.
A paixão com o esporte começou há menos de cinco anos, quando começou a participar de cursos de motovelocidade no autódromo. “Comecei a andar de moto apenas com 45 anos. Há alguns anos, me convidaram para fazer um curso. E depois que você entra em um autódromo, você não quer mais sair. É habitual”, explicou o piloto, que também é otorrinolaringologista.
Neste ano, Remi disputou poucas etapas devido a problemas de saúde. Ontem, apesar de toda disposição, ele não teve a sorte de conquistar sua primeira vitória, já que caiu logo na segunda das 11 voltas da categoria Track SBK de 1000 cilindradas. “No ano passado eu consegui ser vice-campeão. Tive que ficar parado uns três, quatro meses e eu corri pouco”, explicou.
Único piloto da família, Remi Toscano não acredita que seus familiares se preocupam com ele. “Todos na família sabem que eu corro. Minha mulher antes da prova sempre liga pedindo para eu ter cuidado. Só isso. Meus filhos nem se preocupam tanto. Só querem saber o resultado no fim”, ressalta. “Esse negócio de dirigir com uma idade avançada é coisa de família. Minha mãe, que faleceu no ano passado, dirigiu até os 90 anos”.
Com o número 70 em sua moto, referência a sua idade, Remi Toscano garante que não tem qualquer vantagem contra os demais competidores. “No momento em que você sobe na moto e você bota o macacão, ninguém sabe que está na sua frente. Eles só veem no retrovisor que eu estou vindo atrás e se der mole eu passo”, brincou.
Campeões
Com apenas nove pontos em 2012, Remi Toscano fez uma temporada modesta e terminou em 19º. O campeão da Track SBK foi Valter Teodoro, que ficou em segundo na prova de ontem. Na categoria SBK com Batom, primeira categoria feminina de motovelocidade no Brasil, a campeã foi Vanessa Daya, que só não venceu a primeira das três provas disputadas no ano.