Durante as últimas eleições presidenciais dos Estados Unidos, Barack Obama sacramentou sua vitória com um slogan que ficou conhecido no mundo todo: “Yes, we can”. E foram exatamente essas palavras, traduzidas para o português “sim, nós podemos”, as utilizadas por Luiz Inácio Lula da Silva na véspera da votação que definirá a sede das Olimpíadas de 2016.
Lula, que chegou a Copenhague na quarta-feira, teve apenas um dia livre para fazer campanha na reta final antes da escolha a ser anunciada pelo COI (Comitê Olímpico Internacional). Nesta quinta, ele aproveitou para rebater as críticas do vice-presidente do Comitê Olímpico da Espanha, José Maria Odriozola, em relação à candidatura do rio de Janeiro, considerada por ele a “pior” entre as quatro finalistas.
“O Rio está pronto de corpo e alma”, garantiu, antes de criticar o dirigente defensor de Madri sem citar o seu nome. “Não acho que seja eticamente correto falar mal das outras cidades”. Além das concorrentes brasileira e espanhola, ainda estão no páreo Chicago e Tóquio.
A representante norte-americana, aliás, apresenta como grande trunfo na Dinamarca a presença de Barack Obama, cuja viagem tem muita relação com Lula. “Eu mesmo lhe incentivei a vir”, revelou o presidente do Brasil, sem medo de que a presença do colega em Copenhague prejudique as chances cariocas. Tanto isso é verdade que ele até utilizou o slogan do líder da Casa Branca em sua mais recente declaração.
“Alguns dizem que nós deveríamos ter apresentado um projeto menor e mais tímido, não tão caro assim. Mas isso é para pessoas que não acreditam em fazer as coisas. Queremos superar tudo isso e mostrar ao mundo que sim, nós podemos fazer isso”, apontou. A referência do mandatário era ao orçamento proposto pelo Rio de Janeiro para organizar as Olimpíadas – com US$ 14,4 bilhões (R$ 25,6 bi), a cidade pretende gastar quase o triplo na comparação com Chicago, Madri e Tóquio, o que tem gerado críticas.