Recentemente, o brasileiro Nenê Hilário, do Denver Nuggets (da NBA), alegou motivos pessoais e contratuais para não disputar o Pré-Olímpico de Mar del Plata com a Seleção Brasileira. Em 1989, Rolando Ferreira, o primeiro verde-amarelo na Liga Norte-americana, trilhou o caminho inverso: largou o Portland Trail Blazers, ignorou as regras da época e tentou defender a equipe nacional.
“Sem jogar no Portland, voltei ao Brasil para jogar a Copa América (no México-1989). Os caras até pagaram meu seguro, só que o acerto (a liberação dos atletas da NBA para competirem torneios ligados à Fiba era muito recente) não estava nas regras ainda. Então, não pude jogar”, relembrou.
Apesar da atitude oposta, Rolando – que é mestre em educação física pela Universidade Federal do Paraná – coloca na balança as diferenças entre as gerações e absolve o compatriota.
“Cada um tem um pensamento. Eu tinha muita coisa para provar, principalmente a mim mesmo. Eu tinha que vir para seleção por isso. Não sei como está a NBA atualmente, mas talvez haja contratos de risco, que valem milhões de dólares por ano. Ou seja, ele teria muito a perder”, analisou.
O ex-pivô, no entanto, tem o pé atrás a respeito da presença dos ‘desertores’ (Leandrinho também pediu dispensa, e Varejão estava machucado) em Londres. “Antes de tudo, o Magnano sabe o grupo que tem nas mãos. Ele tem consciência do que é bom ou não para o Brasil. Mas se a convocação desses atletas provocar um racha no grupo, eles não devem ir não. O que não pode ter é guerra de vaidades”, salientou.