Marcus Pereira
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Se alguns machões fãs do MMA ainda se espantam ao saber que existem categorias femininas no esporte, é bom irem se acostumando. A febre que tomou conta do País vem ganhando várias adeptas que, por diversos motivos, procuram praticar o esporte.
Profissional há pouco tempo e com muita vontade de vencer, Vanessa Barbosa é uma dessas garotas. A brasiliense acaba de voltar de Porto Seguro (BA) com vitória no primeiro Pink Fight, evento de MMA exclusivo para mulheres.
Ela acredita que o evento mostra uma grande evolução da modalidade. “A cada dia que passa, quebramos o preconceito. Com eventos como esse, não precisamos mais nos humilhar pedindo para encaixar nossas lutas em um card de oito combates masculinos”, vibra a atleta.
Feliz por estar fazendo aquilo que sempre quis, Vanessa confirma que a mentalidade da sociedade acaba interferindo no crescimento do esporte. “Quando comecei, era complicado conseguir patrocínio. Bateram a porta na minha cara centenas de vezes, isso mais pelo fato de ser mulher do que pelo esporte que pratico”, desabafa.
A atleta amadora Thaissa Satie enxerga o problema da mesma forma. “Acho que o MMA feminino ainda é muito tímido no País. O preconceito é muito grande e a maioria que estranha são os homens”, garante a lutadora.
Contudo, Thaissa acredita que o esporte tem crescido bastante entre as mulheres nos últimos tempos e vai alcançar ainda mais praticantes. “A princípio, as mulheres procuram o MMA porque trabalha muito o preparo físico e estético. Mas depois elas começam a se interessar pelo próprio esporte, que está longe de ser violento”, avalia a atleta brasiliense.