“Treinei com um jacaré, lutei contra uma baleia. Algemei um raio e joguei o trovão na cadeia. Só na semana passada, assassinei uma rocha, lesionei uma pedra e hospitalizei um tijolo. Sou tão mal que faço a medicina ficar doente.” Essa é apenas uma das frases daquele que é considerado um dos pioneiros no estilo falastrão. Nascia, há exatos 73 anos, o pugilista Muhammad Ali, em Louisville, no estado norte-americano de Kentucky.
Também foi de Ali, nascido Cassius Marcellus Clay, mas que mudou de nome após se converter ao Islamismo, o início do estilo de luta em que se esquiva de diversos socos, lutando com a guarda baixa. A forma de bailar no ringue, muitas vezes irritando os adversários, fez com que ele chegasse a desviar de nada menos que 21 socos em um prazo de 10 segundos, no combate contra o compatriota Michael Dokes, em 1977.
Pouco mais de 30 anos depois de se aposentar, o pugilista ainda aparece no hall de ídolos de outros atletas. Anderson Silva que o diga. Até hoje, ele simula alguns movimentos de Ali no UFC.
“Me vejo e busco inspiração nas vitórias e derrotas de grandes ídolos do esporte como Ayrton Senna, Muhammad Ali, Ronaldo, Guga, Bernardinho e Oscar e o inigualável Bruce Lee, que sofreu um acidente e foi desenganado pelos médicos”, elogia o Spider, que se prepara para retornar aos combates.
Duro na queda
Além das mãos pesadas, Ali mostrou ser um muito duro. Em 1973, contra Ken Norton, suportou 12 rounds com o maxilar quebrado, em luta que valia cinturão mundial da Federação Norte-Americana de Boxe. Os dois voltariam a se encontrar cinco anos depois, novamente com vitória de Ali.
Questão política
Em 1960, quatro anos antes de superar Sonny Liston e ganhar o cinturão de campeão mundial dos pesados pela primeira vez, Muhammad Ali ganhou o ouro olímpico, naquela que foi a maior glória da carreira do pugilista de Kentucky até então. Ele, porém, perdeu a medalha por se recusar a lutar na Guerra do Vietnã. A recusa, inclusive, rendeu uma suspensão que deixou Ali afastado dos ringues por três anos, entre 1967 e 1970. Essa foi apenas uma das vezes em que ele se manifestou sobre um tema polêmico. A ligação entre o terrorismo e seguidores do Islamismo também rendeu uma frase interessante do ex-pugilista, eleito pela revista Sports Illustrated o maior desportista do século XX. “Terroristas não são seguidores do Islamismo. Matar e explodir pessoas jogando bombas não é o caminho de espalhar a palavra do Islamismo. Só agora é que algumas pessoas estão entendendo que muçulmanos não são terroristas.