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Medina garante transmissões em português e "web-febre" em 2015

Arquivo Geral

19/12/2014 14h52

A campanha de Gabriel Medina no Circuito Mundial de surfe (WCT) fez crescer a popularidade da modalidade entre os brasileiros. Tanto que a Associação dos Surfistas Profissionais (ASP) já garante mais um ano de transmissões online com narração em português das etapas do campeonato. A participação nacional foi tamanha que chegou a causar problemas no sistema de bate-papo ao vivo do Youtube, maior portal de vídeos do mundo.

Em 2014, todos os eventos do WCT contaram com transmissões online com comentários em português – antes feitas regularmente apenas em inglês e japonês. Os webcasts ganharam popularidade entre os brasileiros e a ASP estima que até 35% da audiência venha de países lusófonos.

“Hoje não podemos pensar em evento do WCT sem webcast em português”, explicou o brasileiro Mano Ziul, criador das transmissões online dos campeonatos. “O Medina impulsionou de uma forma que nunca havíamos visto. Desde os tempos de júnior, ele sempre levou para o webcast uma onda de seguidores. O que vemos hoje é a ampliação um fato que já existia em menores proporções”, completou.

Oriundo de Niterói, no Rio de Janeiro, Mano começou a trabalhar na ASP há 25 anos para desenvolver o sistema de pontuação dos eventos e então passou a utilizar a internet para aproximar os torcedores das competições. De início, apenas as notas eram informadas. Com a evolução tecnológica até a era da ‘web-febre’, como classifica a atualidade, o brasileiro implementou transmissões de áudio, substituídas pelos primeiros experimentos com vídeo, antes de atingir o formato atual.

Para aumentar o alcance de suas transmissões online, também disponíveis no site oficial da entidade, a ASP utiliza o Youtube. No portal de vídeos, há um sistema de bate-papo ao vivo para incentivar a interação entre os usuários, mas ele não estava preparado para aguentar o volume de comentários dos brasileiros.

Mais de uma vez durante a etapa de Pipeline do WCT, em que Gabriel Medina pode se tornar o primeiro brasileiro campeão mundial de surfe, o sistema parou de funcionar devido ao grande número de usuários simultâneos. A maioria comentava no idioma nativo do líder do ranking mundial.

“Haja chat para aguentar brasileiros e portugueses. Na alegria ou na tristeza, estão sempre digitando sem parar e se engajando em conversas paralelas. Enfim, uma loucura”, disse Mano, um dos principais incentivadores das transmissões em português. “Hoje desfrutamos de uma audiência fiel, colaborativa e que verbaliza muito as emoções. Mas participa”.

Medina é o principal nome do grupo de brasileiros no WCT, que recebeu o apelido de Brazilian Storm (Tempestade Brasileira, em tradução livre) dos surfistas de outros países. Em 2014, foram sete atletas nacionais na elite do surfe mundial, atrás da Austrália, que tem 14 representantes, e dos Estados Unidos, com oito surfistas – contando os três havaianos.

“O brasileiro fala alto, faz piada. Tem vez que acham que estamos brigando, mas na verdade estamos contando piadas. A brasileirada já trouxe o costume de carregar o vencedor da etapa no ombro, a comemoração como se fosse o fim do mundo, o abraço. Enfim, trazemos a alegria de ser brasileiro”, afirmou Mano, projetando já a realização de transmissões em português para eventos fora da elite do surfe mundial.

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