Assim como a maioria dos pilotos, o curitibano radicado em Brasília Gustavo Lima começou a vida automobilística nos karts e depois cresceu na modalidade até integrar a F-4. Mas o que difere o jovem de 18 anos dos demais é o talento. A competência o fez atrair olhares até da McLaren.
Ele é o único brasileiro dos 18 pilotos aspirantes acima dos 13 anos a fazer uma espécie de clínica na escuderia. Nos encontros, eles usufruem de toda a estrutura do lugar, desde nutricionista até o acompanhamento psicológico. No final do ano, o melhor deles será selecionado para compor a equipe e ser a provável promessa da Fórmula 1.
Quando o assunto vem à tona, Gustavo mostra certa ansiedade e preocupação. “Estou fazendo tudo o que posso para ser eleito o melhor. Isso é uma baita de uma chance para a vida mesmo”, afirma.
Após as passagens pela McLaren, ele aponta algumas mudanças no seu cotidiano, fruto dos conselhos recolhidos na escuderia. “Parei de comer muito Mc Donald’s e estou me alimentando do jeito que deve ser. Eles sabem o que fazem e até os conselhos psicológicos estão me ajudando nas provas”, argumenta.
Longe de casa
Uma das maiores dificuldades é justamente seguir esse caminho longe da família. Para não ficar com tanta saudade de casa, ele divide a vida estrangeira com o tio, apenas para não ficar sozinho. “Eu falo inglês fluentemente e traduzo as coisas para o meu tio, que não sabe muito do idioma”, explica.
Piquet serve de inspiração
Criado no Lago Sul desde a saída de Curitiba, quando tinha apenas um mês de idade, o piloto Gustavo Lima se considera brasiliense por opção. Sabendo que a cidade já revelou nomes como o de Nelson Piquet e atualmente o de Felipe Nasr, ele diz que isso jamais será um peso nas costas.
“Na verdade vejo isso como um grande incentivo para a minha carreira. Se eles conseguiram, eu também posso ser um”, garante Gustavo.
Por ser uma profissão difícil de manter, ele tem outros planos para o futuro, caso a vida na velocidade não deslanche da maneira que o piloto tanto sonha.
Recém-formado no Ensino Médio, dois cursos universitários ocupam o topo das prioridades. “Sempre gostei muito de economia, mas meus pais querem que eu me forme em direito. Dei uma estudada no curso e achei interessante. Acho que me daria boas condições futuras, mas ser piloto é a minha primeira opção”, diz.
A próxima etapa do categoria é em 30 e 31 de agosto, em Brands Hatch, em Kent, na Inglaterra. “Não estou muito bem colocado, mas vou me recuperar”, lamenta o piloto que está em 9º na classificação geral do campeonato.