O armador Marcelinho Huertas foi o único jogador da Seleção Brasileira de Basquete, vice-campeã do Pré-Olímpico de Mar Del Plata, na Argentina, escolhido para compor o time do torneio. Ainda assim, ele minimizou a premiação individual e reverenciou o treinador argentino Ruben Magnano.
“O basquete é um esporte coletivo e os feitos individuais não adiantam nada se o time não consegue seus objetivos. Não valeria nada se não tivéssemos conseguido a classificação para as Olimpíadas”, afirmou Huertas ao desembarcar no Aeroporto de Guarulhos.
No comando da seleção argentina, Ruben Magnano conquistou a medalha de ouro nas Olimpíadas de Atenas-2004, dois anos depois de ficar com o vice-campeonato mundial em Indianápolis-2002. Afastado dos Jogos desde Atlanta-1996, o Brasil voltou sob o comando do treinador.
“São os jogadores que entram em quadra, mas sem o suporte, o conhecimento, a sabedoria e a experiência do Ruben, seria 10 vezes mais difícil. Ele já ganhou quase tudo e agora conseguiu mais um feito histórico. É um espelho não apenas para os técnicos brasileiros, mas para os técnicos do mundo todo”, declarou Huertas.
Sob o comando do exigente treinador argentino, a Seleção Brasileira mudou seu estilo e passou a jogar de maneira mais cadenciada. A força da defesa, prioridade de Ruben Magnano, foi apontada pelos próprios jogadores como fator fundamental para o sucesso no Pré-Olímpico.
“Hoje em dia, o basquete não é mais jogado na loucura. Poucos times podem se dar ao luxo de jogar assim, como os Estados Unidos. Os centro-americanos também tentam, como Porto Rico e República Dominicana. Com um jogo cadenciado, levado no relógio, você consegue resultados melhores a longo prazo do que jogando na correria”, disse o armador.
Para Huertas, a mudança de estilo da Seleção Brasileira foi iniciada pelo espanhol Moncho Monsalve e aperfeiçoada por Magnano. Recém-contratado pelo Barcelona, o armador vive o auge de sua carreira aos 28 anos, mas faz plano ambiciosos para o futuro.
“Eu gosto de aprender e melhorar aos poucos. É claro que todos têm um limite, mas a gente sempre pode aprender. Os veteranos tendem a te ensinar coisas. Quem tem vontade, sempre aprende, independente da idade. Espero que meu melhor momento ainda esteja por vir”, encerrou.