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Lula e boa situação econômica do Brasil ajudam Rio a ser sede olímpica

Arquivo Geral

02/10/2009 0h00

A vitória do Rio como sede dos Jogos de 2016, anunciada nesta sexta-feita, foi fruto de um projeto bem estruturado e preparado, mas também teve a ajuda de fatores como o rodízio de continentes informal, o bom momento da economia e a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

As condições geopolíticas e econômicas aparecem como fatores que levaram o Rio a sair da pior nota no exame técnico do Comitê Olímpico Internacional (COI) à vitória.

Fora da fase final na disputa pelos Jogos de 2004 e 2012, a cidade teve no exame técnico uma nota média de 6,4, bem abaixo de seus concorrentes: Chicago (7), Madri (8,1) e Tóquio (8,3).

A desvantagem levou o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) a enfatizar os assuntos fora do quesito técnico na campanha para defender a candidatura carioca.

A condição da América do Sul como uma das regiões do mundo a nunca ter organizado os Jogos Olímpicos, junto à África, foi um argumento muitas vezes usado nos discursos sobre a campanha.

Sempre que teve oportunidade, Lula dizia em seus pronunciamentos e reuniões que tinha chegado a hora de a América do Sul ter a oportunidade e do COI corrigir esse “desequilíbrio” geográfico na hora de conceder a sede dos Jogos.

Segundo o presidente, Espanha e Japão já tinham organizado os Jogos uma vez, enquanto os Estados Unidos tinham recebido o evento por outras quatro. Já a União Europeia (UE) está próxima de ser palco pela 17ª vez, em 2012, em Londres.

A América Latina só foi sede em 1968, com a Cidade do México.

Na apresentação de hoje em Copenhague, Lula pediu aos eleitores do COI que entendessem que a “América do Sul, que conta com 180 milhões de jovens, merece realizar os Jogos Olímpicos”.

O presidente reiterou que a América do Sul e África são as únicas regiões que nunca viram os Jogos de perto e ressaltou que a “candidatura não é só nossa, mas também de toda América do Sul, de 400 milhões de pessoas”.

A atual situação econômica, argumento pouco usado durante a campanha, se tornou um “ás” na última semana, durante a qual Lula insistiu em apontar as estatísticas que indicam que o Brasil será um dos poucos países que terminará este ano com crescimento econômico.

Com protagonismo econômico nos últimos meses como membro do Grupo dos Vinte (G20, que reúne os países ricos e os principais emergentes) e porta-voz dos países em desenvolvimento, a nação superou a recessão técnica no segundo trimestre deste ano e registrou, segundo previsões oficiais, um crescimento de 1% em 2009.

“O Brasil vive um momento mágico e excelente, com uma economia pujante que permitiu a 30 milhões de pessoas sair da pobreza nos últimos anos”, lembrou Lula na apresentação.

O presidente esteve recentemente na Cúpula do Grupo dos Vinte (G20, que reúne os países industrializados e os principais emergentes), nos dias 23 e 24 de setembro, nos Estados Unidos, e afirmou que o encontro desenhou um novo panorama mundial, no qual países como o Brasil têm mais espaço.

“Hoje o Brasil faz parte dos dez países mais ricos do mundo (em PIB) e é o único que não realizou os Jogos Olímpicos. Além disso, estamos em uma situação de estabilidade econômica e de possibilidade de crescimento que permitem convencer qualquer um das boas condições do país”, alegou Lula no último discurso antes de ir à capital dinamarquesa.

“Enquanto para os outros países trata-se apenas de mais uma edição dos Jogos, para o Brasil será a auto-afirmação de um povo, da auto-estima de um povo a flor da pele”, acrescentou.

Igualmente foi importante o prestígio internacional do próprio Lula, ex-operário e ex-líder sindical que assumiu a Presidência brasileira em janeiro de 2003 e que, desde então, teve papel de protagonismo em diversos encontros internacionais.

Lula tem um índice de popularidade recorde no Brasil e, segundo pesquisas, é o líder com mais prestígio em toda América Latina.

O chefe de Estado brasileiro, que chegou a afirmar que seu colega americano, Barack Obama, era “o cara”, soube aproveitar seu prestígio nos encontros com os eleitores do COI para ajudar o Rio de Janeiro a alcançar seu sonho.

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