Os alunos do curso de Educação Física da Universidade Católica de Brasília estavam acostumados a disputar partidas de futsal. Na manhã, de ontem, porém, os atletas receberam dois grandes reforços: os lutadores do UFC Junior “Cigano” dos Santos, ex-campeão dos pesos-pesados, e Ildemar “Marajó” Alcântara.
O jogo amistoso, de caráter beneficente, foi o primeiro evento oficial do UFC para o card na cidade, que ocorre no sábado, no ginásio Nilson Nelson.
Antes do jogo, Cigano distribuía sorrisos, mas já deixava claro que não tem a menor intimidade com a bola. Marajó, em contrapartida, não falava tanto de futebol, deixando o suspense sobre as suas habilidades dentro das quatro linhas.
Canetas à vontade
Com a bola rolando, Cigano confirmou o que havia dito minutos antes do início da partida. Logo no primeiro lance, Marajó aplicou uma bela caneta no catarinense, levantando os cerca de 400 presentes no ginásio da universidade. O lutador ainda seria vítima de outro drible semelhante minutos depois.
Após o “jogo”, – os lutadores participaram de apenas um tempo de 15 minutos – o clima de diversão se manteve.
“Até joguei bem. Quase fiz um gol, você viu? Foi uma brincadeira gostosa, me diverti muito e fiquei muito feliz em ter participado”, comemorou Cigano.
“Aposentado” das quadras, Ildemar Marajó comemorou o retorno em grande estilo. .
“Fazia oito anos que e não jogava. Estou treinando todo dia, mas com cinco minutos de jogo já estava ofegante. Só tenho a agradecer ao projeto por ter nos trazido até aqui, é bom que apaga um pouco a imagem de bad boy que algumas pessoas têm de nós, lutadores”, sentenciou o paraense.
Sucesso nas doações
No evento de ontem, quem doasse um quilo de alimento não-perecível ganhava um ingresso para a pesagem do UFC Brasília, amanhã, no Nilson Nelson. Segundo a organização foram arrecadados mais de 600 kg arrecadados.
Ex-campeão aposta em Werdum
O projeto social não foi o único assunto abordado por Cigano na estrevistas pós-pelada. A disputa de cinturão dos pesos-pesados, em 15 de novembro, entre o brasileiro Fabrício Werdum e o norte-americano Cain Velásquez, também foi comentado.
Werdum, inclusive, já lutou contra Cigano, sendo derrotado por nocaute, em combate ocorrido em 2008. O ex-campeão, porém, rasgou elogios ao desafiante ao título.
“Vou torcer pelo Werdum, torcer para que esse cinturão volte para o Brasil. Na última luta dele, acho que ele lutou de uma forma que eu nunca havia visto, com muita inteligência”, declarou.
Cigano, porém, sabe que Velásquez é um rival diferenciado, sobretudo na divisão dos pesos-pesados. Derrotado duas vezes pelo norte-americano, o brasileiro não hesita em dizer qual a principal força do atual dono do cinturão.
“É muito diferente. Considero que eu tenho um bom condicionamento físico, mas o Velásquez é diferenciado. Ele passou os cinco rounds me batendo sem demonstrar o menor cansaço. E olha que apanhar cansa, mas bater cansa muito mais”, admite.
Volta aos octógonos
Sem lutar desde que uma fratura na mão o obrigou a deixar o card de maio no UFC, em São Paulo, Cigano não esconde a ansiedade pelo retorno. “Quero voltar logo. Em outubro faz um ano desde a última vez que lute”, revela.