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Joanna Maranhão revela trauma e busca superação por vaga em Pequim

Arquivo Geral

07/02/2008 0h00

Aos 16 anos, a nadadora Joanna Maranhão tornou-se destaque no cenário nacional conquistando a medalha de bronze nos 400m medley e garantindo vaga para os Jogos Olímpicos de Atenas-2004. Na Grécia, obteve uma impressionante classificação para a final e tornou-se a principal esperança de resultados da nova geração nas piscinas brasileiras. Depois disso, porém, a pernambucana encarou uma espiral de acontecimentos, que culminou em uma crise de resultados cuja superação começou apenas no ano passado.

Passado o momento mais tormentoso, Joanna revelou que sua queda não teve razões apenas técnicas. Direto da França, a nadadora confessa ter sido molestada pelo próprio técnico quando tinha nove anos e admite que o longo processo de superação do trauma foi uma das etapas mais difíceis antes de seu renascimento nas piscinas. “Mais cedo ou mais tarde, eu iria mesmo contar esse episódio e assim as pessoas entenderiam melhor. Hoje, eu vejo que o que passei foi para me tornar mais forte e servir de exemplo para outras pessoas”.

Em busca de índices para os 200m e 400m medley, a atleta trancou recentemente a faculdade e passou a se dedicar integralmente aos treinos. Com ajuda da família, colocou a mão no bolso e bancou uma viagem para Font Romeo, na França, ao lado de Fabíola Molina, Diogo Yabe e Gabriel Mangabeira, para fazer um treinamento de altitude, que termina segunda-feira.

Para atingir seu objetivo, Joanna abraçou um programa multidisciplinar com acompanhamento de nutricionista e trabalhos específicos de musculação. São treinos diários em dois períodos com uma folga semanal, sendo duas horas em média na piscina. A musculação é feita três vezes por semana desde o ano passado.

Os resultados já começam a aparecer no corpo e nas piscinas, desde o ano passado, sua recuperação tem sido efetiva. Nos Jogos Pan-americanos, em julho, terminou na quarta colocação dos 400m medley (4min47s54) a oito centésimos do título, mas bem longe do índice olímpico (4min45s08). Cinco meses depois, no Torneio Open, ficou a apenas um centésimo da marca estabelecida como classificatória para Pequim.

Para Joanna, chegar aos Jogos chineses terá um sabor bem diferente de 2004, quando obteve a marca quase sem querer. “Conquistei o índice para Atenas de uma forma tão natural: nadei a final do Pan de 2003, fui bronze e peguei o índice. Tudo muito rápido. Acabei não dando o devido valor. Dessa vez, estou tendo de abrir mão de várias coisas para conseguir. Tô ‘ralando’ mais, é uma outra situação”, diz satisfeita.

Joanna dá a primeira cartada pela classificação no Campeonato Sul-americano, de 12 a 16 de março, no Clube Pinheiros, em São Paulo. Depois disso, o Troféu Maria Lenk, em maio, é a última chance. Mas a pernambucana quer resolver a situação na capital paulista, apesar de reafirmar que o local não é dos mais adequados para a empreitada.

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