Menu
Mais Esportes

Intervenção na Federação Brasileira de Vela foi por causa de multa de bingo

Arquivo Geral

23/01/2007 0h00

A intervenção por tempo indeterminado do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) na Federação Brasileira de Vela a Motor (FBVM) foi resultado de uma multa de cerca de R$ 30 milhões do Bingo Augusta, um dos principais patrocinadores da entidade, com a Receita Federal.

Walcles Osório, presidente da FBVM até o começo do mês, explicou a atitude de Lars Grael, então novo chefe da Federação, mas que, junto com o Conselho de Representantes e toda a diretoria da entidade, passou toda o controle administrativo ao COB em uma Assembléia realizada nesta segunda-feira.

“Antes mesmo de assumir, o Lars já havia comunicado que não gostaria de trabalhar mais com bingos. Depois que ele já estava eleito, em novembro, ficamos sabendo dessa multa, mas as contas da Federação estão corretas. Só que o Lars ficou preocupado e achou melhor que o COB cuidasse disso. Cada um tem o seu jeito de administrar”, garantiu Osório, explicando que a FBVM foi uma das primeiras a se beneficiar com a Lei dos Bingos, que assegura a exploração de parte da arrecadação destas casas por parte de entidades esportivas.

O ex-dirigente, que inclusive esteve presente na Assembléia desta segunda, revelou que esse não foi o primeiro problema que a entidade teve por conta do apoio. “Já houve outros casos de multas menores, mas como sempre, o Bingo Augusta se prontificou a resolver o assunto. Eles entraram em contato com a Receita e os advogados já recorreram da multa”, assegurou.

Há cerca de 12 anos, o Bingo Augusta dá apoio a FBVM, principalmente para que a entidade consiga financiar classes não-olímpicas, que não recebem recursos da Lei Piva. Apesar da ajuda, Osório lamenta que a entidade tenha sido obrigada a se associar a este segmento para manter suas contas em ordem. “Quem não tem patrocínio forte, como nós, tem que recorrer ao bingo. Se a gente tivesse uma grande empresa que nos apoiasse não precisávamos disso”, explicou.

Arrumar um patrocínio na vela é tão complicado que, por muito tempo, o Augusta foi o único patrocínio de Robert Scheidt, dono de três medalhas olímpicas e oito títulos mundiais na classe Laser. Atualmente, porém, o velejador, que não trabalha mais com o bingo desde 2004, conta com seis patrocínios (Banco do Brasil, Brasil Telecom, Medley, CNA Idiomas, Varig e Volvo), situação rara na modalidade.

Osório, por sua vez, se mostra favorável à intervenção externa. “Como isso aconteceu em cima do Pan-americano, é até bom que o COB administre. Assim ficamos tranqüilos”, reconheceu o ex-presidente, que ficou aproximadamente 16 anos no cargo. A seletiva para a formação da equipe brasileira na competição carioca será realizada entre 4 e 11 de fevereiro, no Rio de Janeiro.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado