O centro de excelência aquático construído na UnB virou point de vários atletas de alto rendimento do País. Mas, para o brasiliense medalhista de bronze nos Jogos Sul-americanos de Medellín (2010), Hugo Parisi, a importância da nova construção representa mais do que apenas estrutura.
Ele está garantido nos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, para os saltos ornamentais em duplas. Depois de passar sete anos no Rio – de 2000 a 2007 –, Parisi retornou ao DF para dar prosseguimento aos “melhores resultados da carreira”.
“Embora a minha vaga esteja lá, não posso me dar ao luxo de descansar. Aqui tenho a melhor estrutura do País à disposição e um parceiro que ainda não está definido”, afirma. O brasiliense também luta para garantir a sua participação no salto individual.
Aos 30 anos, ele carrega três presenças em Olimpíadas (2004, 2008 e 2012), afirma que esta será a última da sua carreira e confia na revelação de novos nomes no esporte.
De acordo com Parisi, conquistar uma medalha nos Jogos do Rio é um sonho distante, já que o País nunca chegou ao pódio da modalidade. Ele, porém, acredita nas surpresas e cita o caso da dupla grega Thomas Bimis e Nikolaos Siranidis, que levaram o ouro inédito no trampolim de três metros sincronizados, nas Olimpíadas de Atenas, em 2004.
“Temos a cultura de achar que o gringo é sempre melhor. Não deu zebra. Eles fizeram a parte deles e conseguiram. Isso pode acontecer aqui também”, espera o atleta que representou o País nos Jogos Olímpicos de Londres e ficou em 30º lugar.
Evolução
A amarga posição em Londres parece ter ficado no passado. Hoje, Parisi afirma estar mais experiente, embora os treinos não tenham mudado muito de 2010 para os tempos atuais.
Atuar em casa numa Olimpíada é uma oportunidade que poucos atletas tiveram e ele acredita que isso irá o incentivar ainda mais a buscar resultados melhores.
“Não sinto peso nenhum. Só de imaginar ver meus familiares comigo num dia de competição me faz querer que os Jogos comecem logo”, destaca o especialista na plataforma de 10 metros.
Jackson como parceiro
De acordo com Hugo Parisi, a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) só vai divulgar os nomes das quatro duplas a poucos meses dos Jogos, mas ele desconfia quem seja o seu parceiro. O nome é Jackson Rondinelli, de 20 anos.
Mas a surpresa não é a pouca idade do rapaz e, sim, o tempo que de prática do atleta paulista nos saltos ornamentais: apenas cinco anos.
Saltam aos olhos de Parisi a cobrança pessoal que Jackson tem e a exigência por melhora na execução dos saltos. A admiração é recíproca.
“Jamais imaginei que isso fosse acontecer (treinar com Parisi). Parece mentira, às vezes. Eu me sinto honrado de ter a oportunidade de vestir a camisa do Brasil tão cedo e em uma oportunidade tão importante como essa. Eu e o Hugo temos uma interação muito boa. Melhor até do que imaginava”, confessa o jovem.