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Goiano viaja até Brasília para aulas de drift

Arquivo Geral

02/08/2014 10h19

Diferentemente da maioria dos alunos, o goiano Rafael Caetano mente para ir à escola, mesmo que ela esteja a 200km de distância de casa. O caderno é substituído pelo carro, bastante modificado para poder realizar as manobras de drift, modalidade automobilística que tem sua primeira escola em Brasília.

Por ser de uma família conservadora e que prioriza os estudos, Rafael, de 20 anos, tira daí a preocupação de externar o lado B da sua vida. Mas o receio logo passa quando o jovem aprendiz coloca o capacete e entra na BMW 325 preta da escola.

O esporte tem mexido tanto com Rafael, que o aprendiz já está na quarta aula e até hoje esconde dos pais o motivo das visitas ao DF. 

“Falo que vou passear por aí”, revela o autônomo, que no futuro pretende abrir a sua própria escola em Goiânia e dar oportunidades a mais adeptos.

“Não tenho medo de fazer drift. Na verdade, quis tanto isso que, quando chego aqui, o medo não tem vez”, disse o jovem, que já faz parte da equipe do instrutor e dono da escola, Hélio Fausto. 

Adrenalina total

Outro aluno corajoso da escola é o estudante Vinícius Gomes. Bastou uma aula e meia para o jovem desenvolver o talento e ser apontado pelo instrutor como o garoto prodígio.

O jovem piloto, apesar de ter apenas 15 anos, diz praticar a modalidade antes mesmo de descobrir o estabelecimento no Scia.

“A gente tem fazenda e eu costumava pegar a caminhonete do meu pai para praticar”, conta.

 Ao contrário de Rafael, Vinícius tem total apoio dos pais, tanto que foram eles mesmos quem descobriram a escola e matricularam o filho.

Sabendo das dificuldades de tirar lucro do esporte, ele mantém duas opções de curso após o ensino médio: engenharia ou medicina.

“O Hélio já me disse que isso não dá dinheiro, mas quero manter como diversão”, espera.

Dificuldades para abrir a escola

A principal dificuldade encontrada pelo piloto profissional e dono da primeira escola de drift de Brasília foi divulgar e promover a modalidade no Centro-Oeste.

Embora o Desafio dos Drifters, em agosto do ano passado, na Esplanada dos Ministérios, tenha sido um sucesso, ele diz que foi pouco para o retorno que esperava. A ideia era criar algo para manter e gerar lucro.

A concepção disso veio ao visitar os profissionais do Japão. “Vi que eles tinham uma escola para desenvolver isso com quem não tinha a mínima noção de nada sobre carros e dava certo. Então trouxe para cá e já formamos seis pilotos desde a inauguração em abril”, conta.

Antes de fundar a escola, Helio conta que muitas pessoas o procuravam querendo aprender, mas ele se recusava a ensinar. “Já gastei mais de R$ 100 mil no carro e não ia deixá-lo assim à vontade de quem quisesse pilotar”, argumenta.

Para resolver a questão, ele deixa à disposição um carro adaptado para a prática e está terminando mais um. O objetivo é conseguir agregar mais alunos.

Além de formar novos pilotos, Helio e sua equipe querem que eles topem participar dos torneios em Brasília. “Assim a coisa fica muito mais competitiva e interessante. Temos poucos pilotos”, frisa o profissional. 

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