Neste domingo (9), o fundista Marílson Gomes, do Clube de Atletismo BM&FBOVESPA, passou mal durante a disputa da Maratona de Chicago e não completou o percurso. Na prova americana, o brasileiro buscava o índice para disputar a distância nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012. O vencedor foi o queniano Moses Mosop, estreante em Chicago, com 2h05min37, recorde do percurso – o anterior era de 2h05min41 -, seguido pelo compatriota Wesley Korir, que completou a prova em 2h06min15.
Marílson, bicampeão da Maratona de Nova York e tricampeão da São Silvestre, largou bem e se manteve no pelotão da frente até metade da prova, porém, com o mal-estar, foi perdendo ritmo e provavelmente não atingiria a marca necessária para obter a vaga olímpica.
“No km 26, começou a sentir enjoo e diminuiu muito o ritmo. Não conseguiria fazer um tempo bom, para o índice (2h18), e, como continuava a se sentir mal, parou no km 33”, disse o técnico Adauto Domingues, que acompanhou o atleta em Chicago. “A temperatura subiu durante a prova e isso atrapalhou”, completou.
O fundista também reclamou da temperatura. “O clima estava bom no início da disputa, mas o calor foi aumentando. O isotônico que eu pegava nos postos de hidratação estava muito quente. Isso pode ter provocado o mal-estar”, disse Marílson.
Agora, Domingues planejará com Marílson em qual prova o atleta voltará a tentar o índice olímpico. “Ainda conversaremos sobre isso. Talvez ele dispute a Maratona de Roterdã, em 15 de abril”. O prazo para a obtenção da marca termina em 29 de abril de 2012.
Entre as mulheres, Cruz Nonata, também do Clube BM&FBOVESPA, foi a nona colocada, em sua estreia em maratonas. Cruz, que também buscava o índice para os Jogos Olímpicos de Londres (2h30min07), completou a prova em 2h35min35.
“A Cruz estava debutando na maratona. Acho que fez uma prova excelente, apesar de não ter obtido o índice”, comentou Adauto. “O calor também atrapalhou a corrida dela. Mas acho que por ser sua primeira maratona, em clima quente, foi muito bom. Ela correu direitinho”.
De Chicago, Marílson e Cruz Nonata seguem com o técnico Adauto Domingues para San Luis Potosi, para o centro de treinamento de La Loma, no México, onde o atletismo brasileiro faz seus últimos dias de preparação para os Jogos Pan-Americanos de Guadalajara. Marílson já conquistou quatro medalhas em Pan-Americanos – duas de prata nos 10.000 m e duas de bronze nos 5.000 m, em Santo Domingo, em 2003 e no Rio de Janeiro, em 2007. O fundista obteve o índice no Desafio Internacional Olímpico, em maio, em São Paulo, quando correu os 10.000m em 28min09s24.
“No Pan, o objetivo maior é a medalha, porque queremos ajudar o Brasil na classificação geral, sempre pensando em vencer a prova”, observa Adauto, técnico do Clube de Atletismo BM&FBOVESPA. “Os 10.000 m serão uma prova dura, tanto pela altitude de Guadalajara como pela presença dos mexicanos, que são muito bons. Mas o Marílson está numa boa temporada, vai poder brigar pelo ouro”, acrescenta Adauto. “Antes do Pan, passarei dez dias em La Loma e espero que sejam suficientes para me adaptar à altitude. Treinarei pouco lá, esse período é mais para descansar e me recuperar da maratona de Chicago”, disse Marílson.
Cruz Nonata, também do Clube de Atletismo BM&FBOVESPA, treina com José Alessandro e é orientada por Adauto Domingues na equipe. Na Meia do Rio, Cruz melhorou seu recorde nos 21,1 km, ao terminar em terceiro lugar – como a melhor brasileira -, em 1h11min50. Campeã do Troféu Brasil nos 5.000 m e 10.000 m em 2009, no Rio de Janeiro, ela disputará estas duas provas no Pan-Americano de Guadalajara.