A partir das 19h30, quando Flamengo e UniCeub/Brasília entrarem em quadra para se enfrentar pela 40ª vez na história, no Ginásio do Tijuca Tênis Clube, na capital fluminense, as duas equipes estarão vivendo momentos distintos. O Flamengo, atual campeão do Novo Basquete Brasil (NBB), demorou pouco tempo a conhecer a primeira derrota.
O Rubro-Negro, aliás, chegou a perder duas partidas consecutivas na competição, algo que não acontecia desde a terceira edição do NBB. O clube da Gávea, porém, se recuperou e voltou ao G-4, o grupo dos times que se classificam diretamente para a segunda fase dos playoffs.
O UniCeub/Brasília, em contrapartida, vive momento completamente distinto. Em nove partidas, a equipe quatro vezes campeã nacional venceu apenas duas, sofrendo sete revezes (três consecutivos em casa), o que dá a equipe o pior início de temporada da história da agremiação.
Como se não bastasse o desempenho em quadra, o técnico José Carlos Vidal ainda tem preocupações fora das quatro linhas. Recém-contratado o ala/pivô norte-americano Vernon Goodridge ainda não tem condições de jogo. O atleta ainda não obteve o visto de trabalho e, por conta do regulamento do campeonato não poderá ajudar os novos companheiros de equipe. Outro jogador de garrafão, o pivô Alírio, ainda não se recuperou de uma inflamação na veia da perna esquerda e desfalca a equipe.
Retrospecto
Mais do que se recuperar na competição, o UniCeub/Brasília vê no duelo de hoje à noite, a chance de empatar o confronto direto. Isso porque é do Flamengo a liderança, com 20 vitórias.
O último triunfo candango, porém, veio há mais de um ano. Ainda com José Carlos Vidal no comando da equipe, o Lobo Guará superou os arquirrivais por 82 x 70, em fevereiro de 2013. Desde então, só os cariocas comemoraram resultados positivos.
Mesmo diante do momento adverso, o pivô Lucas Cipolini, que jogará o clássico pela primeira vez na carreira, acredita em uma vitória do time candango. Ele frisa que a partida de hoje será fundamental nas pretensões da equipe em vencer duas partidas seguidas, algo que ainda não ocorreu.
“Nosso time ainda está em busca de uma sequência de vitórias, principalmente nestas três últimas partidas do ano. Nada melhor que um jogo contra o Flamengo, que é um grande rival, com um elenco muito bom, muitos talentos, e está brigando mais uma vez pelo título“, reflete o jogador.
Vantagem rubro-negra
Ciente das dificuldades que o UniCeub/Brasília vai enfrentar contra o Flamengo, o técnico José Carlos Vidal espera um jogo difícil. Ele, porém, sabe a receita para conseguir arrancar a vitória dos comandados de José Neto.
“A expectativa é de que será um jogo difícil. O Flamengo é o franco favorito, mas vamos tentar fazer um jogo equilibrado e levar o confronto para ser decidido no último período”, frisa.
O elenco entrosado, que ainda recebeu o reforço do ala/pivô argentino Walter Herrmann, complicam ainda mais a vida do time branco e vermelho.
“É praticamente o mesmo time, mas que foi reforçado com um jogador da seleção argentina. É um time imbatível em casa e tem uma rotação no banco muito boa, com cinco ou seis jogadores que podem entrar. É difícil ganhar e, sabemos que até o momento, eles levam vantagem”, relembra o técnico.
Talismã Rubro-Negro
Muito identificado com a camisa do Flamengo, o ala Marcelinho esteve em simplesmente todos os títulos conquistados pela equipe recentemente, incluindo os inéditos da Liga das Américas e da Copa Intercontinental. Aos 39 anos, o ala continua perigoso nos arremessos do perímetro. A média de quase 15 pontos por jogo indica que ele precisa de atenção especial pela defesa candanga, mas não é a única ameaça carioca.
Agonia tem que ver pela telinha
Um dos personagens de maior frequência na história do confronto entre UniCeub/Brasília e Flamengo, hoje, não estará em quadra.
O ala Arthur se recupera de uma lesão no músculo adutor da coxa direita e não joga mais em 2014. De todos os 39 jogos oficiais envolvendo as equipes, ele só não participou de um, válido pelo returno da temporada passada do NBB, quando o time candango perdeu, em casa, por 81 x 79.
É também do jogador a marca de maior número de partidas disputadas na competição. No total, o ala brasiliense entrou em quadra incríveis 223 vezes, todas elas defendendo as cores do UniCeub/Brasília. Desde que desembarcou na capital, para a disputa da temporada 2006/2007, o atleta também participou de todas as campanhas de título do time.
A ausência de hoje, portanto, será apenas a segunda do atleta, que lamenta não poder ajudar os companheiros a buscarem mais uma vitória contra os arquirrivais.
“É muito ruim (não estar em quadra). Todo jogo em que a gente fica ausente é momento ruim para nós atletas. Pelo momento que estamos vivendo, fica pior ainda, pois não posso ajudar o time a tentar sair dessa situação”, lamenta.
O ala concorda com José Carlos Vidal quando o assunto é o dono do favoritismo. O elenco do Flamengo é apontado como motivo de preocupação por parte da equipe candanga.
“O Flamengo está em uma fase melhor que a nossa atualmente, temos que reconhecer. Mas também precisamos lembrar que clássico é clássico. Queria muito poder ver o jogo, é uma pena que sequer seja transmitido pela TV”, lamenta, lembrando que sequer viajou com a delegação para o Rio de Janeiro.
Bons e maus momentos
Trinta e oito partidas são mais do que suficientes para que Arthur tenha guardado na memória lembranças do confronto entre UniCeub/Brasília e Flamengo.
No lado positivo, não há um jogo em especial. As atuações no Nilson Nelson, com casa cheia, é quem trazem as melhores recordações para o jogador nascido em Brasília.
“A maior lembrança positiva é dos jogos em casa, com o Nilson Nelson lotado. Tudo que cerca um clássico é bem diferente e claro que também lembro com carinho das nossas vitórias”, afirma.
Negativamente, há, sim, um jogo que perturba o atleta. O quinto, e decisivo jogo contra o Flamengo, no duelo que determinou o campeão da primeira edição do Novo Basquete Brasil.
Naquele fatídico 28 de junho de 2009, o time candango esteve próximo de devolver a derrota sofrida no Nacional do ano anterior, na casa dos adversários, mas acabou sucumbindo ao Flamengo pela segunda vez consecutiva, pelo placar de 76 x 68. À época, além de Alex e Arthur, o time brasiliense contava com o armador Ratto, um dos grandes destaques da campanha que culminou no vice-campeonato no NBB.
“A derrota que tivemos no Rio de Janeiro, lá no Rio”, limita-se a dizer. Ele, inclusive, não gosta de sequer lembrar de detalhes do jogo.
Referência candanga
o ala/pivô Guilherme Giovannoni sempre foi colocado entre os principais atletas do UniCeub/Brasília desde que chegou à cidade, em 2009. Agora, com a saída de Alex e Nezinho, o paulista tem responsabilidade ainda maior. Ele, inclusive, tem correspondido em quadra, tendo boas médias de pontos e rebotes, apesar de não conseguir conduzir a equipe a vitórias como queria.
Histórico de Grandes confrontos
Maior público
Inesquecível: em 1º de maio de 2007, o então Universo/Brasília venceu o Flamengo por 101 x 78. O jogo, disputado no Ginásio Nilson Nelson, foi assistido por nada menos que 24.286 pessoas. Até hoje, é o maior público de um jogo de basquete no Brasil. Naquela temporada, o Universo conquistou o Nacional.
A briga
No mesmo Nilson Nelson: Em maio de 2010, na série final do NBB 2, uma briga generalizada tomou conta da quadra do ginásio. Até jogadores se envolveram na confusão. O pivô Wagner, por exemplo, saiu com um corte no supercílio. A polícia precisou intervir e usou spray de pimenta para encerrar as cenas de selvageria.