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FIVB pressiona governo por libertação de iraniana: "É um absurdo"

Arquivo Geral

04/11/2014 15h35

A Federação Internacional de Voleibol (FIVB) se posiciona totalmente contra ao governo iraniano, que no último domingo condenou Ghoncheh Ghavami a um ano de prisão por manifestar o desejo de assistir a um jogo de vôlei. Presidente da FIVB, Ary Graça garantiu que a entidade segue pressionando o governo do país para que a decisão seja revista.

“Ela simplesmente queria assistir um jogo de voleibol e esse foi o crime. Isso é um absurdo no nosso ponto de vista. Não tem cabimento nos dias de hoje. Devido a isso, eu fiz uma carta ao presidente do Irã exatamente falando que eu não quero interferir nas leis do país, mas para rever esse assunto porque não faz sentido prender essa moça por querer assistir a um jogo”, disse Graça em entrevista ao Sportv.

O Irã proibiu as mulheres de frequentarem jogos de vôlei a partir de 2012, alegando que elas precisam de proteção contra o comportamento dos fãs do sexo masculino. Detida no dia 20 de junho por reivindicar a oportunidade de assistir à modalidade, a iraniana, que também tem cidadania britânica, pagou fiança e foi liberada, mas voltou a ser presa dez dias depois.

Buscando a liberação de Ghavami, Ary Graça disse que conta com o apoio do Comitê Olímpico Internacional e que espera que a Federação Iraniana de Vôlei possa ajudar no caso.

“Mandei essa carta e não tive resposta até hoje. Mas estamos fazendo contato com a Federação Iraniana de Vôlei para continuarmos. Para nós fica muito difícil fazer eventos no Irã porque fica comprometida a inclusão. Não entra na nossa cabeça a exclusão de mulheres. Estamos em contato junto com a federação para que eles mudem o procedimento, também em conjunto ao Comitê Olímpico Internacional”, disse o presidente da entidade, garantindo que tudo será feito para não prejudicar o esporte e os atletas do país.

“Dá a impressão que se a federação fizer alguma coisa, ela também vai presa. Não estou pedindo nada além de fazer parte da nossa pressão junto ao governo. Eu não posso prejudicar a federação e o esporte por uma atitude do governo. São coisas completamente separadas. Se o governo está cometendo um engano, os jogadores não podem ser prejudicados. Eu quero eles do meu lado nessa campanha”, concluiu.

De acordo com a família da iraniana, que faz campanha pela libertação e segue postando informações sobre a detenta, Ghavami iniciou uma greve de fome em outubro depois de ser mantida em isolamento.

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