O domingo e a segunda-feira foram de susto no mundo do esporte devido a acidentes automobilísticos. No fim de semana, Pedro Piquet, filho do tricampeão mundial de Fórmula 1 Nelson Piquet, se envolveu numa impressionante colisão, na qual seu Porsche capotou nove vezes. Ontem, foi a vez de a promessa da canoagem brasileira, Isaquias Queiroz, passar por um aperto. Campeão mundial, ele capotou o carro na BR-101 na Bahia, entre as cidades de Ilhéus e Ubaitaba.
Apesar das cenas fortes que envolveram ambos os casos, há o que comemorar: Pedro teve “apenas” uma pequena fratura na mão esquerda e um leve trauma pulmonar, enquanto Isaquias – e seu irmão – passaram incólume pelo acidente. “Fui esperar meu irmão no aeroporto. Quando estava voltando, acho que acabei cochilando um pouco no volante. Foi questão de segundos”, disse Isaquias, em entrevista ao site Ubaitaba.com. “Acabamos entrando no matagal e caindo numa ribanceira”, narrou o atleta baiano.
Estes imprevistos, no entanto, estão longe de serem exceções no mundo do esporte. Seja dentro ou fora das pistas de corrida.
A seguir, o Jornal de Brasília recorda alguns casos que até hoje chocam o mundo do esporte.
Canoísta já está em casa
Era por volta das 3h da madrugada de segunda, quando Isaquias Queiroz se envolveu no acidente de trânsito, próximo à cidade de Ubaitaba, a cerca de 500 quilômetros da capital Salvador.
De acordo com assessoria do atleta, ele já está em casa se recuperando do susto. O acidente aconteceu quando Isaquias, que dirigia uma Ford Ranger, cochilou no volante. Ele perdeu o controle do carro, que caiu numa ribanceira, capotou e chegou a derrubar algumas árvores. O impacto só não foi maior porque ele conduzia o veículo a baixa velocidade por causa da neblina na rodovia.
Isaquias estava na Bahia para passar férias após representar o Brasil no Campeonato Mundial, em Milão, no fim de agosto. Ele e Erlon de Souza conquistaram a medalha de ouro no C2 1.000 metros Isaquias ainda levou o bronze no C1 200 metros. Em grande fase técnica, o brasileiro é candidato a subir ao pódio em três provas nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.
O acidente automobilístico não é o único susto de Isaquias. Aos 21 anos, o canoísta teve o primeiro grande baque na vida aos 3, quando ficou um mês internado depois de ter derrubado uma panela de água quente no próprio corpo. Dois anos após o episódio, foi sequestrado. E para completar a vida “agitada” do atleta, aos 10 anos, perdeu um ruim devido a uma queda de uma árvore.
Polêmica
Depois do Mundial, ele se envolveu em polêmica com a Confederação Brasileira de Canoagem por boicotar o evento-teste da canoagem no Rio de Janeiro, no início do mês. Ele, Erlon, Nivalter Santos e Ronilson de Oliveira protestaram contra a falta de transparência na entidade, que não estaria repassando aos atletas a verba do convênio da confederação com o BNDES. O Comitê Olímpico do Brasil (COB) assumira os repasses para que os atletas não ficassem sem o salário.
Piquet deixa hospital e tranquiliza os fãs
Quase 24h depois do susto sofrido no último domingo, Pedro Piquet, filho do tricampeão mundial de Fórmula 1 Nelson Piquet, recebeu alta médica e deixou o Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo).
Um novo boletim divulgado na manhã de ontem confirmou a liberação do piloto, após o grave acidente sofrido na quinta etapa da Porsche GT3 Cup, em Goiânia.
O carro de Pedro Piquet foi tocado por Rodrigo Baptista, foi para a grama e capotou, dando diversos giros no ar. Ele foi removido de ambulância do Autódromo Internacional de Goiânia, deixou a pista consciente e foi transferido para o hospital, onde passou por exames.
Inicialmente, o hospital garantiu que tudo não passara de um susto e que os exames não haviam apontado qualquer lesão mais grave. Neste último boletim, no entanto, revelou a existência de uma “pequena fratura na mão esquerda e um leve trauma pulmonar”
A expectativa inicial era de que Pedro ficasse 24h internado sob observação. O primeiro boletim médico de ontem apontou que “não há confirmação de alta”, mas a assessoria do hospital havia explicado que o piloto poderia deixar o centro médico antes do previsto.
Após o acidente do último domingo, Pedro usou as redes sociais para tranquilizar os fãs e mostrar que estava bem. “Tudo certo, pessoal, foi um pequeno susto e estou ótimo por aqui. Obrigado por todo o apoio”.
Ex-BBB se torna atleta após acidente
Pouco mais de 15 títulos acompanham a carreira vencedora do paracanoísta Fernando Fernandes. A história de importantes conquistas do atleta começou após uma tragédia.
Em 2009, o modelo e ex-bbb acabou sofrendo um acidente de carro, na Avenida República do Líbano, na zona sul da cidade de São Paulo. Na batida contra uma árvore, Fernando fraturou duas vértebras e precisou passar por uma cirurgia de descompressão da medula e fixação da coluna.
Quarenta e seis morreram na F-1
Apesar de não ser regra, os acidentes fatais na Fórmula 1 também estão longe de serem poucos. A primeira das 46 mortes de pilotos na categoria foi registrada em 20 de junho de 1952. Na ocasião, o italiano Luigi Fagioli morreu durante uma corrida preliminar no Grande Prêmio de Mônaco.
Entre tantas notícias ruins há uma que deixa um ar de otimismo na F-1: a evolução da proteção nos carros. A prova de que a categoria vem melhorando neste sentido é a queda no registro de mortes.
A década de 1950 é a maior responsável pelos acidentes fatais na F-1. De 1952 a 1959 foram nada menos do que 14 mortes. A quantidade se repetiu na década seguinte. De 1960 a 1969 outros 14 pilotos morreram.
De 1970 para cá, porém, o número só diminuiu. De onze na década de 70, o número passou a “apenas” quatro na década de 80. Na de 90, dois acidentes fatais. De 1995 a 2014, nenhuma morte foi registrada. Este ano, porém, Jules Bianchi foi vítima.
Relembre os casos
Dener (1994)
Então atacante do Vasco, o jovem jogador viajava dormindo no banco do carona do seu Mitsubishi Eclipse e foi sufocado pelo cinto de segurança, terminando tragicamente uma carreira promissora.
Edmundo (1995)
Edmundo se envolveu um acidente que resultou na morte de três pessoas. Ele chegou a ser condenado a 4 anos e meio de prisão em regime semi-aberto, mas após 8 anos entre a última causa interruptiva, o ministro do STF Joaquim Barbosa extinguiu o processo.
Arturo Vidal (2015)
O jogador da seleção chilena bateu sua Ferrari e foi levado ao hospital com ferimentos leves, mas, em seguida, acabou detido porque teria dirigido sob efeito de álcool.
Ayrton Senna (1994)
Ídolo da torcida brasileira, Senna morreu após acidente histórico no Autódromo Enzo e Dino Ferrari, em Ímola, durante o Grande Prêmio de San Marino de 1994. Ele se chocou contra o muro a mais de 200km/h.
Felipe Massa (2009)
Durante o treino classificatório para o GP da Hungria, ele foi atingido na cabeça por uma mola que se soltou do carro de Rubinho. O piloto ficou inconsciente e colidiu contra os pneus. Após nove dias e cirurgia, deixou o hospital.
Jules Bianchi (2014)
O piloto francês faleceu em 17 de julho deste ano após ficar nove meses em coma por um forte acidente no Grande Prêmio do Japão de 2014. Na ocasião, ele entrou em alta velocidade embaixo de um trator que retirava um carro .
