O abrir das cortinas do Museu de Arte Moderna, para a entrega do Premio Brasil Olímpico, foi entoado pelo pianista Artur Moreira Lima, em uma interpretação única do Hino Nacional brasileiro. Ao fim da apresentação, de pé, atletas e convidados da noite de gala, que ocorre há dez anos, aplaudiram a excelência da combinação. Alias, vocação para a excelência era o tema da premiação desta temporada.
Excelência atingida pelo nadador César Cielo, o Cesão, eleito o atleta do ano após uma medalha de ouro e um bronze nos Jogos Olímpicos de Pequim. Prêmio em mãos, lágrimas no rosto.
Cielo até começou bem o discurso, mas se emocionou. Chorou. “Esse é o término de ouro para um ano maravilhoso. Hoje, é o último dia em que estou me permitindo lembrar e festejar as conquistas olímpicas. Preciso voltar a treinar para o mundial no ano que vem. Espero que no ano que vem conquiste a minha primeira medalha, no primeiro mundial que vou disputar”.
Entre as mulheres, mais uma que mostrou vocação para a excelência. Em 1999, no primeiro ano da entrega do Prêmio Brasil Olímpico, Maurren Higa Maggi recebia o troféu de melhor atleta. Nove edições depois, reeditou o feito, após superar suspensão de dois anos e meio por doping.
O estádio Olímpico de Pequim, nomeado Ninho do Pássaro, assistiu ao salto de ouro da brasileira, com 7,04m. Maurren foi a primeira atleta feminina a subir ao alto do pódio nas Olimpíadas, em esportes individuais. Na eleição de ontem, ela superou a judoca brasiliense Ketleyn Quadros e a pioneira em medalhas olímpicas no taewkondo, Natalia Falavigna. “Agradeço a Deus. Ele me fez acreditar que tinha algo reservado para mim depois do ano difícil que eu tive em 2003. E também à minha família e aos brasileiros”.
Entre os premiados, quatro nasceram no DF. Mariana Ohata foi eleita a melhor triatleta. No judô, deu Ketleyn Quadros. Hugo Parisi brilhou nos saltos ornamentais. No remo, deu Camila Carvalho.
O repórter viajou a convite do Comitê Olímpico Brasileiro.