Exame de Rebeca Gusmão, antes inconclusivo, testa positivo

Logo após a nadadora Rebeca Gusmão ser indiciada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) divulgou nota em seu site oficial informando que a análise da amostra B da nadadora, realizada no Canadá em 18 de dezembro, apontou a presença de testosterona na urina da atleta. Nos últimos dias de 2007, no entanto, o mesmo exame tinha sido considerado ‘inconclusivo’, aumentando ainda mais a polêmica do escândalo.

De acordo com a nota da CBDA, “a análise provou resultado positivo para a substância proibida testosterona” e que “o caso foi encaminhado para o painel de doping da Federação Internacional de Natação (Fina) para maiores considerações”. Contudo, duas semanas atrás, a mesma amostra não havia permitido que os especialistas do laboratório Armand Frappier chegassem a um parecer definitivo, de acordo com o médico cubano José Blanco Herrera, que representou Rebeca na contraprova do exame.

Em Abu Dabi, nos Emirados Árabes Unidos, Breno Tannuri, advogado da nadadora disse não ter recebido uma informação oficial e preferiu não comentar o assunto.

“Ainda não fui notificado oficialmente. Só que tenho comigo documentos dizendo que o exame foi inconclusivo e, agora, há outros conclusivos. É estranho, mas o que não é estranho neste caso?”, questionou Tannuri. “A nossa defesa agora muda, até porque há pontos desse segundo exame que são bem esquisitos. Mas acho que o momento não é de falar, mas sim de trabalhar”, completou.

Em entrevista coletiva no dia 28 de dezembro de 2007, Herrera acusou o Armand Frappier de erros e de contaminação da amostra. “As análises têm que ser iguais em todos os níveis ou é um sinal de que algo está adulterado. Desconheço um caso em que as provas sejam tão diferentes ou em que a amostra B não confirme o resultado da A. Se isso ocorreu, é um indício de que houve algum problema, seja na coleta ou no armazenamento da urina”, criticou.

Rebeca Gusmão está suspensa preventivamente do esporte desde 5 de novembro de 2007. Embora ainda não tenha sido julgada, a atleta perdeu as duas medalhas de ouro conquistadas nos Jogos Pan-americanos do Rio de Janeiro e viu a equipe brasileira de revezamentos, da qual fez parte, perder os resultados obtidos na competição.