Ex-campeão da Volta da França confirma envolvimento com doping

/Os bastidores do ciclismo continuam bastante movimentados. Nesta sexta-feira, Bjarne Riss se tornou o primeiro atleta a conquistar a Volta da França dopado. Isso porque o dinamarquês revelou que tomou EPO (abreviação de eritropoietina, hormônio sintético proibido) durante a competição de 1997.

“Ingeri substâncias ilegais. Comprei EPO sozinho e me dopei sozinho. Isso fazia parte do dia-a-dia de qualquer ciclista”, confirmou o atleta. Segundo ele, a prática foi utilizada entre os anos de 1993 e 1998. No entanto, Riss se sente orgulhoso dos resultados obtidos em sua carreira.

“Estou contente com todas as minhas conquistas, mesmo que elas não tenham sido totalmente honestas. Agora, estou aqui para defender o futuro do esporte”, declarou. O ciclista também acusou o dono da antiga equipe Telekom, Walter Godefroot, de ter sido omisso com o fato dos ciclistas utilizarem substâncias ilegais durante as competições.

O presidente da União Internacional de Ciclismo, Pat McQuaid, declarou que a organização não irá retirar o título de Riss. “O limite de oito anos para a suspensão e anulação passou. Não vamos reescrever a história”, sentenciou. Por outro lado, o símbolo da vitória, a tradicional camiseta amarela, será devolvido. Atualmente, Riss comanda a equipe CSC, que em 2006 despediu o ciclista Ivan Basso, vencedor da Volta da Itália, por envolvimento com doping.

Além do dinamarquês, outros dois atletas revelaram ter utilizado EPO quando competiam pelo time Telekom. Erik Zabel e Rolf Adag, ambos da Alemanha, companheiros de Riss em 1996 e 1997, foram os últimos esportistas a revelarem os bastidores do ciclismo. Também nesta semana, outros três alemães anunciaram envolvimento com esquemas ilegais.

A primeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel, acredita que as confissões dos envolvidos em escândalos de doping não devem parar. “A manipulação de substâncias proibidas atingiu dimensões exageradas. Todos os atletas que se doparam possuem a chance de vir à público e dizer a verdade. Agora é a chance de limpar o nome do esporte”, concluiu. < !-- hotwords -- >