Vítor de Moraes
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Em meio a dezenas de skatistas, patinadores e corredores que disputavam espaço no Parque da Cidade, dois meninos aguardavam ansiosamente o início da 1ª Push Race. O campeonato sobre quatro rodinhas tomou a pista próxima à Administração do Parque, ontem à noite, e reuniu diversos tipos de pranchas.
A pequena rampa e o corrimão armados na pista interna do parque serviram de trampolim para que os mais velhos exibissem suas habilidades sobre os skates. Mais tarde, eles brigariam pelos quatro primeiros lugares – e pelos prêmios. Quem percorresse os quatro quilômetros em menos tempo levaria para casa um skate e uma camiseta.
Mas Gabriel Kenzo Nomura e Mozart Gonzalez não estavam nem aí para a premiação. Eles queriam mesmo é fazer parte do mundo sobre rodinhas. Uma hora antes, os dois desfilavam em frente à tenda da organização sobre seus skates.
A mãe de Gabriel, Lara Nomura, seguia todas as “remadas” (impulsão para andar sobre o skate) do garoto de nove anos. Receosa, ela preferiu não inscrever o filho, apenas deixá-lo acompanhar os competidores. “Falei para ele não ficar no pelotão da frente, mas para acompanhar lá atrás. O skate dele não é nem de velocidade, é mais para manobras mesmo”, explica.
Lara diz que Gabriel pediu um longboard (skate que proporciona mais velocidade), mas prefere protelar a entrega do presente. “A turminha dele descobriu o esporte agora. Ele pediu um longboard, mas falei que ainda ia pensar”, acrescenta.
A poucos metros da árvore onde Lara vigiava Gabriel, Cibele Gonzalez mantinha um olho em Mozart e outro no isopor que levou para vender água. Praticante amadora de skate, ela pôs uma prancha sob os pés do filho há quatro anos. Embora não tenha inscrito Mozart na corrida, levou o pequeno para ver como ele se comportaria em meio aos corredores. “Se ele se garante, está tudo tranquilo. Incentivo meu filho a praticar esporte, e digo a ele que, se está seguro, pode fazer”, conta a mãe coruja.
Mozart explica que não busca apenas a velocidade quando está sobre o skate. “Às vezes brinco de sentar, de deitar na prancha. Também sei fazer algumas manobras”, gaba-se o menino de nove anos, para logo depois jogar o skate na pista e remar com as pequenas pernas.
Até uma hora antes da prova, a organização contabilizava oito inscritos. A expectativa era de que 50 skatistas participassem da Push Race. Incômodos pingos de chuva, porém, motivaram a desistência de alguns.
