As cenas de quebra-quebra e brigas generalizadas dos tempos de vale-tudo, que fizeram com que o esporte se tornasse de certa forma marginalizado, já fazem parte do passado.
No UFC Brasília, não foi difícil ver casais e até famílias, com crianças pequenas vidradas nas 11 lutas que compuseram o card.
Árbitro brasileiro há mais tempo no UFC, Mario Yamasaki acredita que os torcedores de futebol têm muito a aprender com o público que frequenta eventos de artes marciais mistas.
Ele, que junto com o irmão, o também árbitro de MMA Fernando Yamasaki, foi um dos responsáveis por trazer o UFC ao Brasil em 1998, acredita que a evolução no esporte é enorme. Ele, inclusive, traça um paralelo com as constantes brigas dos estádios.
“Todo mundo tem amigo corintiano e palmeirense. Quando estão lá (no estádio) vira guerra e isso é errado. Deveria cada um sentar no mesmo lugar, tudo misturado, para ser um evento de esporte, não o que fizeram do futebol aqui no Brasil”, critica.
Família presente e unida
Terminada a luta entre os pesos-pesados Antônio “Pezão” Silva e Andrei Arlovski, que teve vitória do bielorrusso, muitos deixaram o ginásio Nilson Nelson com o sentimento de tristeza pela derrota do lutador brasiliense.
Houve quem comemorasse, porém, o fato de ir ao evento e não passar por nenhum problema. Foi o caso da família de Flávio Marcelo.
Praticante de jiu-jítsu, assim como toda a família, ele garantiu se sentir mais seguro levando o filho de 11 anos ao UFC do que a um jogo de futebol.
“O pessoal que pratica as artes marciais sabe onde pode dar um soco e o que pode provocar. No futebol, o pessoal não tem noção de nada disso”, acredita.
Flamenguista, o filho de Flávio, Cauê de Oliveira, de 11 anos, ainda se divide quando o assunto é preferência por ir ao estádio ou ao evento de MMA, mas não tem dúvidas de onde se sente mais seguro.
“Com certeza é aqui no evento de MMA”, afirma.
Para Suliane de Oliveira, a tranquilidade de ter o filho afastado dos estádios é grande. Na opinião dela, a organização dos eventos de MMA é um fator primordial para não ver problemas em deixar o filho frequentar locais de luta.
“A gente fica mais despreocupado aqui porque sabe que é um evento mais organizado que um jogo de futebol”, opina.