A escolha do Rio de Janeiro como sede dos Jogos de 2016 coloca o Brasil no mapa do esporte mundial e significa mais uma página gloriosa ao extenso capítulo das relações entre a América do Sul e o Comitê Olímpico Internacional (COI).
Este vínculo data da própria origem do COI, em 1894. Entre os 12 países ao lado do Barão Pierre de Coubertin para formar o organismo estava a Argentina, ao lado de Estados Unidos, Nova Zelândia e nove nações europeias.
Buenos Aires e Rio de Janeiro são as únicas cidades sul-americanas que tentaram alguma vez a organização dos Jogos. A capital argentina começou antes, mas o Rio atingiu o objetivo primeiro.
Depois da frustrada candidatura de Brasília à edição de 2000, o Rio concorreu à edição de 2000, ao lado de Buenos Aires. Era difícil que duas cidades sul-americanas passassem do corte inicial, e a capital argentina acabou na decisão.
Porém, seu papel na eleição, em 1997, não foi tão bom: Buenos Aires foi a primeira cidade eliminada, com 16 votos, perdendo para Estocolmo, Cidade do Cabo, Roma e Atenas, a vencedora.
Mas o Rio não desanimou e, após um intervalo, entrou na disputa pelos Jogos de 2012. A candidatura ficou novamente na etapa inicial, e Londres levou a disputa.
Desta vez a candidatura carioca já tinha ido muito longe. Apesar de passar com a pior nota, ganhou força ao longo da disputa e acabou superando Chicago, Tóquio e Madri, para ser eleita a primeira sede sul-americana dos Jogos em 122 anos de história.
O ex-presidente da Fifa João Havelange é o atual decano do COI, organismo ao qual entrou em 1963. Carlos Arthur Nuzman, à frente da candidatura e do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), também faz parte do grupo.
O Rio de Janeiro será a primeira sede olímpica sul-americana, mas não a primeira latina, pois o México organizou os Jogos de 1968 após pedi-los também em 1956 e 1960. Havana é a outra cidade latina que entrou na disputa, para 2008 e 2012, sem passar o corte em nenhuma dessas ocasiões.