Alvos de decisões de arbitragem bastante contestadas durante os Jogos Pan-americanos, os judocas Érika Miranda e João Gabriel Schlitter asseguram que toda a polêmica já foi esquecida. Agora, os dois, que perderam o ouro para atletas de Cuba, estão focados para alcançar um bom desempenho no Campeonato Mundial, que começa no dia 13 de setembro, também no Rio de Janeiro.
“Eu até penso nisso ainda, mas é melhor esquecer logo porque existe a possibilidade de eu pegar a Sheila Espinosa de novo no Mundial”, lembra Érika Miranda. “E entrar com um gosto de revanche é ruim, pois talvez isso acaba te atrapalhando”, acredita a brasiliense de 20 anos.
Na final entre as meio-leve no Rio de Janeiro, Érika tomou uma punição no Golden Score (ponto de ouro), o que determinou a sua derrota. A torcida, revoltada com a decisão da arbitragem, começou a jogar objetos no tatame, o que culminou em ofensas pessoais e agressões entre brasileiros e cubanos no ginásio. “Naquele Pan, eu estava muito bem e tinha certeza que seria campeã”, lamenta.
Indo para a disputa do seu segundo Mundial – em 2005, no Egito, foi convocado para competir na categoria absoluto (sem distinção de peso) –, João Gabriel tem o mesmo pensamento da colega. “Aquela luta contra o Oscar Brayson já passou. Claro que eu fiquei chateado, mas isso é temporário. Acabou a competição e eu já tracei o meu próximo foco, que era o Mundial”, explica.
Schlitter caiu ao término do Golden Score, quando dois dos três árbitros decidiram dar a vitória ao caribenho – o problema é que um juízes dos que votou contra João era cubano naturalizado norte-americano. O judoca, porém, evitar pensar nisso. “Um Mundial é completamente diferente de Pan, pois há dezenas de campeões olímpicos e mundiais. Estou vindo de bons resultados neste ano e me sinto confiante para buscar uma boa colocação”, garante o atleta, que espera contar novamente com o apoio da torcida. “A energia positiva mandada pelas pessoas dá ânimo e ajuda a manter o forte ritmo durante a luta”, completa.
Érika, por sua vez, quer competir e, quem sabe ganhar uma medalha, como grande zebra da competição. “Quero passar despercebida e surpreender minhas adversárias. No geral, não conheço ninguém que eu vou enfrentar, mas da mesma forma que será surpresa para mim, eu serei uma surpresa para minhas adversárias”, lembra a atleta, sorrindo.