Dos seletos atletas que tentarão a façanha de completar os 1.900 m de natação, 90 quilômetros de ciclismo e mais 21 quilômetros de corrida, um grupo menor espera aproveitar a vivência no mundo corporativo para conquistar o objetivo de cruzar a linha de chegada.
Um deles é Andrei Santos. Ele trabalha para uma empresa de mineração com sede na Austrália e tem uma dura rotina para conciliar treinos e trabalho, em uma junção de esforços que já faz parte da vida do executivo há dois anos, quando os desafios da corrida se tornaram repetitivos e ele viu no triatlo a chance de estipular novas metas.
“Acordo às 5h da manhã. Não digo que acordo com o melhor dos humores, mas a gente se acostuma. Não pode dar a desculpa de que não há tempo porque tempo a gente arruma. O esporte me ajuda no trabalho e vice-versa. Vejo o triatlo como um remédio”, explica ele que, apesar dos treinos para a modalidade, ainda participa de corridas com frequência, inclusive no exterior.
Andrei será apenas um entre os cerca de 1.200 triatletas que irão largar às 6h45, no Pontão do Lago Sul, para a primeira etapa do Ironman 70.3, a natação.
Para diretores da Cyrela, empresa de construção civil, os treinos também precisam se encaixar no dia a dia. Durante a preparação, os diretores usam as experiências do dia a dia, como horários apertados e pressão para cumprir metas, para ajudar a completar o extenso percurso.
Os diretores acreditam que a prática do esporte, além de melhorar a qualidade de vida, auxilia na desenvoltura das funções profissionais.
“O triatlo me prepara para lidar com pressões, principalmente, a lidar com o tempo e realizar coisas muito difíceis, fortalecendo o psicológico”, diz o diretor regional Centro-Oeste, Andreas Yamagata, que treina seis vezes por semana.
A prova
Participam da etapa Brasília atletas de 22 países. A competição é válida como Campeonato Latino Americano.
Agenda cheia no esporte
Os treinos de Andrei Santos, muitas vezes, são realizados dentro da academia onde ele está matriculado, em um shopping no Lago Sul. As atividades de corrida costumam ser realizadas na chuva, mas o ciclismo tem simulações em aulas de spinning e a natação também ocorre no local, em piscina coberta.
Curiosamente, a corrida, mais que uma forma de conquistar o bem-estar, se tornou uma ferramenta para atividades em família. Recentemente, ele participou do Desafio do Dunga, famosa corrida disputada na Disney, em Orlando (EUA). Em maio, o desafio será o Ironman, em Florianópolis.
Desafio no alto
O calendário não para por aí. Ainda no primeiro semestre, Andrei disputará uma corrida na França com distância de 56 quilômetros em montanhas. E se engana quem pensa que ele se dá por satisfeito com o que já conquistou.
“Costumo dizer que a gente nunca pode dizer nunca. Vejo o IronMan como uma barreira intransponível. Mas vou tentar. Vou conseguir completar a prova na França? Não sei, mas estou inscrito”, pondera.
Elite
O catarinense Igor Amorelli é o brasileiro com mais chances de ganhar a prova. Ele foi terceiro colocado no ano passado e vencedor do Ironman Florianópolis em 2014. Em grande momento, o atleta chega a Brasília embalado com o título do 70.3 de San Juan, em Porto Rico.