O tênis espanhol vive sob suspeita no que se refere aos torneios de níveis mais modestos. Em reportagem recente, o jornal Marca informou a presença de redes organizadas de apostas, legais e ilegais, que visam manipular resultados dentro do circuito ITF feminino. Apesar da revelação, membros de federações locais dizem que pouco podem fazer a respeito e repassam a responsabilidade das investigações às entidades que regulam o tênis internacionalmente.
O presidente da Real Federação Espanhola de Tênis (RFET), Fernando Fernández-Ladreda, garante que “esse é mais um assunto da ITF (Federação Internacional de Tênis), mas a Federação Espanhola está ao seu lado. Eu pude presenciar isso em Oviedo, onde o clube teve que contratar seguranças particulares. É incrível que chegue ao ponto de existirem ameaças pessoais, isso é muito preocupante”.
Já Miguel Diaz, presidente da Federação de Tênis de Madri, citou o principal motivo para que os atletas aceitem a oferta das redes de apostas. “Os garotos e garotas que participam destes torneios são muito vulneráveis. Necessitam de recursos para seguir com suas carreiras e se tornarem profissionais. É lógico que alguns podem cair em tentação”, observou o dirigente.
Ainda de acordo com o diário espanhol, os campeonatos do circuito ITF “estão à mercê dos grupos que pressionam os jogadores, treinadores e organizadores”. Para Miguel Diaz, as apostas deveriam ser proibidas, mas isso cabe à ITF fazer. “Seria razoável, porque nós, das federações locais, pouco podemos fazer”, lamentou.
Diretor de tênis profissional da RFET, Pedro Hernández, por sua vez, garante que “tudo o que acontece, é transmitido em relatório à ITF, que o envia à Tennis Integrity”, organismo integrado pela ITF, ATP, WTA e o comitê do Grand Slam, que atua como receptor de denúncias a serem passadas à polícia.