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Em Londres, brasileiros favoritos acabam ofuscados por azarões

Arquivo Geral

13/08/2012 15h42

O Brasil chegou às Olimpíadas de Londres-2012 com atletas favoritos à conquista de medalhas em suas modalidades, mas deixou a capital britânica com esportistas azarões sob os principiais holofotes. Como Cesar Cielo, Fabiana Murer, Leandro Guilheiro e a Seleção masculina de futebol não conseguiram corresponder às expectativas, coube principalmente a Sarah Menezes, Arthur Zanetti, Thiago Pereira e o pugilista Esquiva Falcão surpreenderem a torcida brasileira e se consagrarem como principais nomes nacionais nos Jogos.

O Brasil encerrou sua participação nos Jogos de Londres com 17 medalhas, três de ouro, cinco de prata e nove de bronze, na 22ª colocação do quadro de medalhas. Em Pequim-2008, o País ficou em 23º, ao subir ao pódio 15 vezes, três na primeira colocação, quatro na segunda e oito na terceira.

Responsável por um ouro e um bronze nas Olimpíadas da China, Cesar Cielo foi uma das maiores decepções da torcida brasileira. Campeão e recordista mundial dos 50m livre, ele era favorito a conquistar o bicampeonato olímpico da prova mais rápida da natação, mas falhou na final e ficou apenas na terceira colocação. O francês Florent Manaudou foi ouro, com o norte-americano Cullen Jones na segunda posição

Ele ainda era cotado para brigar por medalha nos 100m livre, prova em que foi medalha de bronze em Pequim-2008, mas foi apenas o sexto colocado na disputa, e viu um de seus companheiros de treino se tornar o nadador do País com melhor resultado em Londres.

Brasileiro com mais medalhas de ouro na história dos Jogos Pan-americanos (12), o carioca Thiago Pereira tinha o quarto lugar dos 200m medley dos Jogos de Pequim-2008 o quinto dos Jogos de Atenas-2004 como melhores resultados em Olimpíadas. Mas nos 400m medley, prova realizada no primeiro dia de Londres-2012, ficou com a medalha de prata, logo atrás de Ryan Lochte, superando até mesmo a lenda Michael Phelps. Nos 200m medley, ele ficou em quarto.

No mesmo dia em que Pereira surpreendeu e conquistou a prata, o Brasil já havia comemorado seu primeiro ouro em Londres-2012. Logo no início da tarde do sábado 28 de julho, a piauiense Sarah Menezes, de 22 anos de idade, fez história e se tornou a primeira judoca do País a ser campeã olímpica.

Derrotando na final do peso ligeiro (até 48kg) a romena Alina Dimitru, campeã da categoria em Pequim-2008, a atleta de Teresina conquistou o ouro, resultado que dias depois ajudaria a diminuir a decepção com o rendimento de Leandro Guilheiro, que se despediu de Londres-2012 sem subir ao pódio.

Medalha de bronze na categoria 73kg em Atenas-2004 e Pequim-2008, o judoca criado em Santos chegou às Olimpíadas como líder do ranking do peso meio-médio (até 81kg) e principal favorito ao ouro. Mas uma derrota nas quartas de final e outra na disputa pelo bronze fizeram Guilheiro voltar ao Brasil sem medalhas. Mayra Aguiar, Felipe Kitadai e Rafael Silva, todos com bronze, foram os outros medalhistas brasileiros no judô.

Já no atletismo, modalidade de importantes conquistas em Jogos anteriores, o Brasil acumulou decepções e voltou das Olimpíadas sem nenhuma medalha. Campeã mundial do salto com vara na temporada passada, Fabiana Murer estava cotada para brigar por medalhas, mas não passou nem das eliminatórias. A brasileira disse ter se sentido insegura para saltar por causa do vento em Londres e teve 4,50m como melhor marca.

Outra brasileira que ficou nas eliminatórias em Londres-2012 foi Maurren Maggi, medalha de ouro no salto em distância nos Jogos de Pequim-2008. Mesmo sem ter repetido nos últimos quatro anos o resultado com que foi campeã olímpica, a saltadora de São Carlos era esperada, ao menos, entre as finalistas. Na disputa masculina do salto em distância, Mauro Vinícius da Silva, o Duda, foi o sétimo colocado.

Mas coube a um esporte em que o Brasil tem menos tradição o segundo ouro nas Olimpíadas britânicas, a ginástica artística. Com resultados importantes nos últimos anos, mas ainda desconhecido do público geral, Arthur Zanetti se tornou ídolo nacional ao vencer a prova das argolas, em que derrotou o chinês Yibing Chen, e conquistou a primeira medalha do País na modalidade.

Ginasta nacional mais famoso, Diego Hypolito enfrentou uma série de lesões no último ciclo olímpico, mas era apontado como candidato a medalhas no solo. Uma queda de barriga durante a apresentação, no entanto, acabou com seu sonho olímpico.

Outro esporte que ganhou destaque em Londres-2012 foi o boxe. Antes com apenas uma medalha para o Brasil na história, conquistada por Servílio de Oliveira nos Jogos da Cidade do México-1968, a modalidade agora conta com quatro pódios, principalmente pelo desempenho dos irmãos Falcão.

 

Esquiva Falcão foi a uma final inédita na categoria até 75kg e ficou com a medalha de prata, após perder a decisão por apenas um ponto para o japonês Ryota Murata. Já o mais velho Yamaguchi Falcão garantiu o bronze na disputa do meio-pesado. Na primeira edição das Olimpíadas com boxe feminino, Adriana Araújo também conquistou sua medalha.

 

Nos esportes coletivos, a principal decepção foi a badalada Seleção masculina de futebol. Com Neymar como grande destaque, o time comandado por Mano Menezes traçou sem grandes ameaças seu caminho até a decisão do torneio – durante os Jogos, Oscar foi negociado com o Chelsea por R$ 80 milhões, então na transação mais cara do futebol brasileiro, e Lucas se transferiu para o Paris-Saint Germain por R$ 108 milhões, superando o valor da negociação do companheiro no time nacional.

 

Na final com o México, o time levou um gol com apenas 30s de partida, foi derrotado por 2 a 1, e viu escapar o sonho do inédito ouro. Mas no mesmo dia em que o futebol falhou, a Seleção Brasileira feminina de vôlei se consagrou. Embalado após superar dramas e fantasmas durante os Jogos, o time nacional conquistou o bicampeonato olímpico, derrotando de virada os favoritos Estados Unidos.

 

No time que subiu ao lugar mais alto do pódio em Londres-2012, estavam seis atletas que conquistaram a medalha de ouro em Pequim-2008: Sheilla, Paula Pequeno, Jaqueline, Fabi, Fabiana e Thaisa.

 

No último dia de competições em Londres, o time masculino de vôlei teve a chance de repetir o feminino e conquistar o quarto ouro do Brasil na competição. Mas, depois de vencer os dois primeiros sets, os comandados de Bernardinho caíram de produção e levaram a virada da Rússia, adversário que a equipe verde-amerela já havia derrotado na primeira fase, por 3 a 0.

 

O resultado marcou o fim da carreira de alguns veteranos na Seleção Brasileira, como Giba, Serginho e Rodrigão. Responsável por oito títulos de Liga Mundial e dois de Copa do Mundo, o técnico Bernardinho agora estuda seu futuro e também pode deixar o cargo.

 

Antes de se despedir de Londres, contudo, o Brasil ainda pôde comemorar mais uma conquista, outra pouco esperada. Aos 28 anos, a pernambucana Yane Marques levou o bronze no pentatlo moderno, dando ao País a primeira medalha da história na modalide e consagrando os Jogos Olímpicos dos azarões.

 

 

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