Uma simples bateria de exames periódicos foi o suficiente para fazer com que Wilbert Golden Batista, 55 anos, mudasse seus hábitos radicalmente e se transformasse em um atleta profissional. Após vários resultados ruins, como triglicerides, colesterol, glicose e vários outros fatores ligados à obesidade, o servidor público do TRT, à época com 52 anos e 94 quilos, decidiu praticar esportes para melhorar sua forma. A mudança foi tão bem sucedida que hoje Wilbert, com 17quilos a menos, guarda troféus de campeonatos de triathlon, incluindo o mais recente, o de campeão brasileiro de Triathlon Olímpico, da categoria de 55 a 59 anos masculino.
Aconselhado pelo médico do TRT, Wilbert começou com exercícios simples, até que decidiu participar de campeonatos que o próprio Tribunal promove. “Decidi entrar só pra participar mesmo. Competia de qualquer jeito. Mas os primeiros resultados apareceram e comecei a disputar mais seriamente, primeiro participando dos ‘shorts’, que são provas de triathlon menores, e depois fui procurando desafios maiores”, explicou o novo campeão brasileiro da categoria.
A família também foi uma grande fonte de incentivo para ele, que hoje compete junto com a filha, Laís Reis. “Ela estava junto comigo durante as provas e chegou em segundo lugar na categoria dela. Minha esposa também nos ajuda bastante, marcando os tempos, levando suplementos e outras coisas que precisamos durante as provas. Com essa minha mudança de vida, trouxe minha família comigo.”
Além da família, Wilbert também agradeceu ao TRT por ter aberto as portas para a prática esportiva, além de outros profissionais que o ajudaram na caminhada. “Busquei a ajuda da Andressa Marchi, minha nutricionista esportiva, que foi fundamental para minha perda de peso e me orienta na alimentação para as provas. Também treino com a assessoria Brazilian Runners Team, que me ajuda nos treinos de bike e corrida”, completou.
Para o triatleta, a saúde é algo que devemos sempre cuidar. “Você gasta tempo, horas de sono, mas a qualidade de vida é algo imprescindível. Só quem perde a saúde que entende o quanto ela é importante”. De fato, as horas de sono são pequenas, uma vez que o atleta treina três horas por dia, sendo que em três dias ele precisa acordar às 5h da manhã para o treino de ciclismo no Autódromo Nelson Piquet. Mas, segundo ele, tudo vale a pena. “A sensação de cruzar uma linha de chegada em primeiro lugar é indescritível. Só quem já passou por isso sabe. Depois que a gente passa é que entende porque tantas pessoas se emocionam e até choram ao ganhar uma competição assim.”
Além de servidor, Wilbert também é pastor no Núcleo da Fé. Apesar de não receber subsídios da igreja, ele a carrega como sua patrocinadora na inscrição da sua equipe. Ele disse que se tornou um exemplo a ser seguido em sua comunidade. “Quando subimos no púpito, não temos essa intenção, mas, às vezes, a gente atira em uma coisa e acerta em outra. Hoje sou uma inspiração de saúde para eles. Depois que comecei, os incentivei e agora temos lá 11 triatletas, pessoas que perderam 20, 30, 40kg. Muitos me dizem ‘se você conseguiu, eu também consigo’.”
Com a vitória no campeonato brasileiro da modalidade, Wilbert conquistou a vaga para a disputa do Mundial de Triathlon em Edmonton, no Canadá, dos dias 26 de agosto a 1º de setembro. Além disso, ele já havia se classificado para o Campeonato Mundial Ironman 70.3, também no Canadá, no dia 7 de setembro.