A ponteira sérvia Sanja Malagurski foi contratada em outubro pelo Molico/Osasco para ocupar o lugar deixado no time por Fernanda Garay, que se transferiu para o Fenerbahce, da Turquia. Desde que chegou ao Brasil, a atleta de 23 anos de idade conseguiu aprender um pouco de samba, apesar de ainda se sentir envergonhada para demonstrar, e entender por que a Seleção é uma potência na modalidade.
Sanja deixou o Villa Cortese, da Itália, seduzida pela proposta de disputar a Superliga e jogar ao lado de atletas como Sheilla, Thaísa, Fabíola, Adenízia e Camila Brait, integrantes da bicampeã olímpica Seleção Brasileira.
Integrada ao time, foi surpreendida pelo bom ambiente encontrado no grupo, com quem sai para comer e comemorar aniversários. Além da ajuda no aprendizado do português, idioma que já compreende, mas sente insegurança para utilizar em entrevistas, obteve das companheiras dicas para sambar.
“Talvez tenha aprendido um pouco de samba. Às vezes fico com vergonha, mas tudo bem”, diz a ponteira. “Gosto do jeito como vocês comemoram aniversários. Vocês saem para dançar samba, comer feijoada. É um modo diferente de celebrar e de passar tempo com suas colegas”, explica.
Assim como a italiana Caterina Bosetti, outro reforço contratado do Villa Cortese pelo time da Grande São Paulo, a jogadora sérvia mora em Osasco. No Ginásio José Liberatti, onde a equipe treina e manda seus jogos da Superliga feminina, Sanja se impressionou com a estrutura e o apoio da torcida.
Campeã do Paulistão e da Copa Brasil por Osasco, ela acredita que estes sejam fatores importantes para a Seleção Brasileira ser a equipe de maior sucesso internacional nos últimos anos, com duas medalhas de ouro nas Olimpíadas, e uma das favoritas a brigar pelo inédito título do Mundial da modalidade.
“Quando falo com meus amigos sobre o Brasil, a primeira coisa que eu digo é que sinto que é muito bom ser uma profissional aqui. Há muita atenção, muitos fãs, patrocinadores, uma estrutura realmente muito boa e condições para treinar e jogar. Minha primeira impressão é que as jogadoras são muito felizes e têm motivos para estar em um nível de elite”, afirma.
Sanja não é a única sérvia na Superliga feminina. Brankica Mihajlovic, sua amiga e companheira na seleção do país, foi contratada este ano para defender a Unilever, maior rival de Osasco. As duas equipes se enfrentaram nas últimas nove finais da competição nacional, com vantagem para o time carioca, que venceu seis destes duelos.
Agora rivais, Sanja e Brankica se encontraram na seleção da Sérvia no final do ano e puderam já constatar a evolução no jogo após meses atuando no Brasil.
“Somos amigas e estou feliz que tenha outra jogadora que venha do mesmo lugar do mundo, mesmo que ela esteja no Rio, que é um pouco longe. É mais fácil. Passamos um tempo juntas agora na seleção, ela é realmente uma boa pessoa e estou feliz que possa estar em um time grande como a Unilever”.