O jornal francês Le Monde publicou nesta sexta-feira que o ex-presidente da Federação Internacional de Atletismo, Lamine Diack, confessou a investigadores franceses um acordo feito com a Federação Russa de Atletismo para que o país financiasse sua carreira política e em troca iria ocultar casos de dopagem de atletas russos.
Diack enfrente investigação por atos de corrupção à frente da entidade além dos escândalos de dopagem em sua gestão. O combinado com Valentin Balakhnichev, presidente da entidade que regula o esporte no país, pouparia os atletas russos de uma eliminação às vésperas do Mundial de Atletismo, em Moscou, 2013.
Lamine Diack tinha a intenção de se eleger à presidência do Senegal ou, ao menos, apoiar a oposição. Isso exigiria do dirigente dinheiro para hospedagem, viagens, atos de campanha, entre outras necessidades. A quantia pedida pelo senegalês era de R$ 6,3 milhões.
O também investigado conselheiro jurídico de Diack, Habib Cissé, realizou uma série de viagens em 2012 para Moscou, época em que embolsou R$ 295 mil, justificando que a fortuna fazia parte de um pagamento por serviços de assessoria prestados à Federação Russa sobre assuntos relacionados com dopagem.
Gabriel Dollé, responsável pela luta da IAAF contra dopagem também é outro membo da entidade que está sendo investigado. Dollé também teria confessado seus atos e atendeu pedidos da Federação Russa para que casos de atletas flagrados em exames antidoping fossem omitidos, com a justificativa que estavam sendo negociados importantes contratos publicitários na época.
O dirigente admitiu ter recebido R$ 211 mil, além de mais R$ 590 mil quando se despediu da IAAF no final de 2014. Destes R$ 590 mil, R$ 379 mil foi entregue em dinheiro vivo das mãos do próprio presidente Lamine Diack.