O maior nome da natação brasileira poderia chegar de mais um Mundial marcado pelo sucesso – em que ganhou duas medalhas de ouro, nas provas dos 50m borboleta e 50m livre – aproveitando-se das glórias de seu trabalho. Mas não foi isso que aconteceu com Cesar Cielo. No início da noite desta quarta-feira, o nadador teve um desembarque confuso e pouco amistoso no Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos.
Cielo apareceu no terminal 1 do aeroporto cerca de 1h30 depois do previsto. Cercado por três seguranças, situação comum com jogadores de futebol, deixou o local sem dar entrevistas. Sem perder a calma, falou apenas palavras como “obrigado” e “com licença” e cumprimentou fãs. Mas a mãe do nadador, Flávia Cielo, mostrou-se nervosa com o grande número de jornalistas e foi acusada de insultar profissionais e empurrar até um câmera de televisão.
Os familiares de Cielo – a mãe, o pai e a irmã – marcaram presença no Aeroporto de Cumbica com grande antecedência. Porém, nenhum deles quis se aproximar dos jornalistas. Em vários momentos, o trio ficou ao lado dos seguranças contratados para acompanhar o nadador na saída do local.
O horário do desembarque de Cielo, ao lado do técnico Alberto Silva, foi divulgado a toda a imprensa pela Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) durante a terça-feira. Contudo, a assessoria particular do nadador passou a informar nesta quarta-feira que o atleta não concederia entrevistas em função do desgaste da viagem da China ao Brasil.
A propósito, Cielo chegou um dia depois de toda a delegação brasileira que participou do Campeonato Mundial. Ao lado de Alberto Silva, o nadador permaneceu na China para resolver um problema com documentos extraviados.
Desde que amargou um caso de doping por furosemida no Troféu Maria Lenk deste ano, Cielo evita o contato com os jornalistas. No embarque para o Mundial de Xangai, ele despistou a imprensa, antecipou sua viagem e não foi com o resto da delegação.
O flagrante do doping rendeu uma advertência a Cielo na Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA). A pena foi ratificada em julgamento extraordinário na Corte Arbitral do Esporte (CAS) realizado na semana que antecedeu o início do Mundial de Xangai, porém gerou irritação em alguns dirigentes da natação e até entre adversários do brasileiro.