Em busca de apoio para mudar o decreto presidencial que determina que as verbas da Lei Agnelo-Piva sejam diretamente enviadas ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e ao Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB), o Conselho de Clubes Formadores de Atletas Olímpicos (CONFAO) começa a ganhar apoio dos parlamentares.
Um deles é deputado federal Silvio Torres (PSDB-SP), que ao lado de Miro Teixeira (PDT-RJ) e do senador Álvaro Dias (PSDB-PR), tenta emplacar no Congresso Nacional uma CPMI para investigar os gastos feitos com o esporte olímpico brasileiro nos últimos anos.
“O que ocorre hoje com esses recursos tem de ser repensado. O que se vê hoje são entidades gastando nababescamente, sem muitas explicações, e os seus afilhados, que são os clubes, com pires na mão. Caso recente dessa situação foi o Flamengo que se viu forçado a jogar na rua seus atletas olímpicos, por falta de recursos para bancar as despesas do seu departamento de ginástica”, comentou o político, defendendo a CPMI para ajudar a esclarecer o porquê de tal situação acontecer no país.
Criado por Pinheiros, Minas, Sogipa, Flamengo, Vasco, Fluminense, Corinthians e Grêmio Náutico União, o CONFAO pretende abocanhar 30% das verbas sob a alegação de que eles possuem um importante papel na formação e aprimoramento dos atletas brasileiros.
“Tem também de ser exigido um maior grau de transparência nos repasses e um melhor gerenciamento no uso dos recursos, com a cobrança, inclusive, de resultados dos atletas nas disputas que participarem”, concorda Silvio Torres. “Em tempo algum se viu tantos recursos para os esportes como nos últimos anos. O que tem faltado é uma política de esporte, para melhor direcioná-los e serem mais bem aproveitados”, concluiu.