Os advogados de defesa da nadadora Rebeca Gusmão encaminharam na tarde de quinta-feira à Federação Internacional de Natação (Fina) a documentação preliminar necessária para solicitar o cancelamento da suspensão da atleta. O pedido foi feito após o laboratório canadense Armand Frappier apresentar resultado preliminar inconcluso para a análise da contraprova do exame de urina da atleta.
Rebeca está suspensa preventivamente por determinação da Fina desde novembro porque teve resultado positivo para testosterona em amostra coletada dia 13 de julho. Analisado pelo mesmo laboratório, o exame indicou origem exógena na substância detectada em níveis considerados anormais. Segundo o advogado Breno Tannuri, a defesa da atleta adotará como linha falhas nos procedimentos antidoping ocorridos durante a análise.
“Existem regras que precisam ser seguidas com todos. Se estas não são respeitadas os resultados têm de ser invalidados ou postos em suspeição”, diz o advogado, revelando dúvidas sobre os desdobramentos da análise. “Não me surpreenderia se mudassem para positivo”.
Analisada desde terça-feira da semana passada pelo laboratório, a contraprova de Rebeca teve avaliação inicial inconclusa pelas condições da amostra, que estava diluída e apresentava baixo volume segundo o médico José Blanco Herrera, contratado pela atleta para acompanhar a análise em Montreal. O relatório inicial não encerra a análise que tem continuidade no Armand Frappier. O resultado definitivo será encaminhado diretamente à Fina.
Apesar das dúvidas em relação aos procedimentos adotados pelo laboratório, desta vez Tannuri evitou atribuir os acontecimentos a ações persecutórias contra a atleta. “Não gosto de usar estas palavras. O procedimento padrão não foi respeitado e tenho de defender minha cliente com base nisso. Nossa defesa é técnica, muito mais porque há alguns pontos que precisam ser melhor investigados por irem de encontro a e não ao encontro do que foi dito”.
De acordo com o advogado, inicialmente a defesa não utilizará os eventos relacionados à contraprova no julgamento da atleta pelo Tribunal Arbitral do Esporte (TAS). A audiência está marcada para janeiro, mas ainda não tem data definida. O Tribunal julga outro suposto doping da atleta detectado em 2006 pelo mesmo Armand Frappier, laboratório cujos procedimentos Rebeca questiona na Justiça.