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Criador de supermaiô critica veto e fala em <i>mudar de esporte</i>

Arquivo Geral

06/08/2009 0h00

No momento em que começou a levar os filhos Giacomo e Edoardo para a piscina, o italiano Francesco Fabbrica, 50 anos, passou a se interessar pela natação. Com experiência na confecção de tecidos técnicos, ele resolveu desenvolver um maio e criou a Jaked, fabricante de trajes que revolucionou a natação.


Diante da polêmica criada com a avalanche de recordes, a Federação Internacional de Natação (FINA) resolveu proibir os maiôs em poliuretano e liberar apenas os de material têxtil a partir do próximo dia 1º de janeiro. Criador do traje da moda, Fabbrica criticou a medida.


“Pretendem retroceder? Pois vão ter que retroceder 15 anos, porque em 1996 Ian Thorpe usou pela primeira vez um traje de corpo inteiro com tratamento para repelir a água. Se não se admite o progresso, então mudaremos de esporte”, declarou o italiano em entrevista ao jornal Marca.


Fabbrica elogiou o Mundial de Roma, encerrado no último domingo, que registrou 43 recordes mundiais, maior número da história do torneio, e foi marcado pela utilização dos maiôs de última geração. Campeão dos 50m e 100m livre, o brasileiro César Cielo nadou com um traje da Arena.


“A tecnologia existe para ser usada, independente da marca que desenhe o maiô. O Mundial de Roma foi um espetáculo para o público. Parece que querem tirar da natação esse conceito de espetacularidade que todos nós conseguimos criar”, declarou o empresário.


Ele admite que a peça pode trazer vantagens ao nadador, mas garante que o resultado final não depende dela. “O traje pode ser uma ajuda, de fato nós trabalhamos nisso, mas não é determinante. Podem acontecer algumas surpresas, mas no final sempre ganha o mais forte”, disse.


Fabbrica criou o projeto em 2007 e realizou os primeiros testes na piscina onde seus filhos nadavam. Diante dos bons resultados, ele acelerou os trabalhos visando os Jogos de Pequim. “Nunca pensamos que poderíamos chegar nesse ponto em tão pouco tempo”, confessa.


Ele nega que seus maiôs sejam uma evolução dos trajes tecnológicos que já existiam e dispara contra os críticos. “É um problema de ignorância, no sentido de que desconhecem nossos materiais e nosso processo de fabricação. O poliuretano não é borracha”, argumentou.


Fabbrica não acredita na possibilidade de todos os nadadores usarem o mesmo traje e garante que sempre são as federações e nadadores que entram em contato em busca dos seus maiôs. Ele ainda desmentiu que os Jaked têm curta vida útil e assegurou que as peças podem ser usadas em mais de 20 provas em perder a eficiência.


O nome da empresa foi inspirado em Giacomo e Edoardo. O menor, inclusive, desenhou o logotipo da organização. Apesar do começo humilde, Fabbrica não hesita ao afirmar que rompeu o equilíbrio que existia no mercado. Mesmo com a proibição da FINA, ele pretende continuar seu trabalho.


“Estamos preparados para o que vier. Desde que acabamos o Jaked 01, começamos e investigar e desenvolver novos modelos. Até que a proibição seja oficializada, devo pensar que nossos trajes são completamente legais. Provavelmente, as regras mudem em 2010, mas para nos a FINA ainda não disse nada”, finalizou.

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