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Criada para captar imagens surpreendentes, GoPro vira mania em diversos esportes

Arquivo Geral

03/03/2015 8h54

“Vamos falar de coisa boa. Vamos falar de Tekpix”. O bordão conhecido nacionalmente não conseguiu atrair tantos compradores como sugeria a proposta comercial da “câmera mais vendida do País”. Do outro lado, uma concorrente alcançou o tão desejado mercado: a GoPro.

Ela foi criada em 2002 pelo surfista norte-americano Nick Woodman para capturar imagens das suas proezas sobre a prancha. De lá para cá, o sucesso da invenção espalhou-se mundo afora. 

A GoPro mede 5,9 por 4,1 por 2,9 (cm) e pesa 74 gramas. Quem olha para o equipamento jamais imagina a potência que tem. A resolução chega a 1280 x 960 pixels. 

Dificilmente a pequena câmera não se encaixa em qualquer esporte, pois pode ser grudada, acoplada ou encaixada ao “pau de selfie”. Seja por mero exibicionismo em imagens feitas de ângulos nunca antes feitos ou para melhorar a performance dos atletas, ela tem sido presença constante nos esportes.

No kart, por exemplo, ela é indispensável. O piloto brasiliense Diogo Broka garante: “Depois dela melhorei demais. Quando a corrida acaba, analiso o vídeo e vejo os pontos do circuito que mais deixo a desejar e analiso o desempenho dos meus oponentes. Isso é muito bom”, conta o atleta. “Antes não havia vida”, brinca o piloto.

Loopings que dão outro visual

No motocross, a GoPro tem o intuito de melhorar a performance, assim como no kart. Mas as piruetas no ar típicas do esporte proporcionam imagens mais atrativas do que no automobilismo, por exemplo.

O piloto Karlyson Rodrigues, de 25 anos, se exibe nas redes sociais e ganha centenas de curtidas a cada foto publicada ao lado da sua moto.

“Só ela proporciona ângulos mais diferenciados do que o normal. Nos treinos, acoplo a máquina ao capacete para ver os meus erros e trabalhar em cima deles” conta. Ele também a usa para capturar momentos cotidianos e faz sucesso com isto.

É bonito, mas também perigoso

Se Karlyson e Diogo têm a ajuda do capacete e do carro para grudar a GoPro, no skate ela vai na mão mesmo. O experiente Marcelo Nogueira, campeão brasileiro em 1998, conta que não mudou muita coisa do passado para o presente.

“Antes, a gente carregava a máquina filmadora mesmo. Caía com ela na mão e tudo mais. Com a GoPro, isso não mudou, mas a qualidade das imagens eu nem preciso citar”, recorda o skatista de 34 anos. Ele pratica a modalidade há 25.

Usar a mão como suporte, porém, pode ser mais perigoso do que parece. Marcelo afirma que já presenciou vários acidentes envolvendo os “skatistas tripés” e garante que isto não é o mais aconselhável a se fazer.

Os médicos aconselham o atleta a tomar todo o cuidado com o novo equipamento. O médico Gustavo Orrico destaca que a busca por uma imagem chamativa pode gerar a desconcentração do atleta.

“Nesse caso, oriento que o esportista utilize todos os equipamentos necessários para prevenir e proteger o atleta de alguma lesão, incluindo a GoPro”, assegura. 

Na cabeça, não

No kart, a lei é clara: não é permitido acoplar a GoPro no capacete. A justificativa do dono do Ferrari Kart, Yuri Mendes (foto), é baseada no do acidente do heptacampeão da Fórmula 1 Michael Schumacher, em dezembro de 2013. De acordo com o jornalista Jean Lous Moncet, do “Canal +”, a lesão no cérebro do ex-piloto foi ocasionada por uma GoPro e não por pedras na pista de esqui. No início da temporada 2014/2015 da Superliga, a oposta Érika usou uma câmera na cabeça em um treino do Brasília/Vôlei para o divertimento dos fãs. Mas todo o cuidado é pouco. O fisioterapeuta Bruno Alves alega o atleta precisa de uma adaptação ao aparelho e o médico Gustavo Orrico diz que a câmera pode diminuir a atenção e a concentração do atleta.

Saiba mais

Criador da GoPro, o surfista Nick é um empresário bilionário, liderando as vendas mundiais. Tem uma participação de 30,4% nas vendas totais de câmeras de vídeo, com mais de 4 milhões de unidades vendidas em 2013 – 20,8% a mais que a segunda colocada Sony, segundo a IDC – empresa de consultoria de TI. 

Usada nas mais variadas situações, a máquina filmadora e fotográfica conquista cada vez mais espaço principalmente entre os mais variados esportes. Motocross, kart, vôlei, surfe, skate e até mergulho são alguns deles. Ela custa de US$ 199 a US$ 399 – de R$ 570,12 a R$ 1.143,10

Diogo Broka acrescenta que o kart treme muito quando está na pista e, mesmo acoplada, nas laterais do veículo, a câmera portátil oferece uma estabilidade impressionante nas imagens.

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