O impasse entre o lutador Diogo Silva e a Confederação Brasileira de Taekwondo (CBTK) tem uma chance de ser resolvido fora da Justiça. Para isso, atletas e entidade têm de chegar a um consenso na reunião programada para 12 de fevereiro. A briga entre as duas partes teve início após o anúncio da Confederação de que só pagaria ajuda de custo aos atletas classificados para os Jogos Olímpicos de Pequim.
“Isso ainda pode ser negociado”, afirma o diretor financeiro da entidade, Valdemir Medeiros. “Nós fizemos a publicação com o orçamento que já havia sido aprovado em reunião e porque não podemos falar do que ainda não foi acertado”.
Segundo Medeiros, a decisão da diretoria foi tomada seguindo as diretrizes do projeto original da entidade, que previa remuneração apenas para atletas classificados para Pequim. “Fizemos a reunião com o COB (Comitê Olímpico Brasileiro) no ano passado, quando a seletiva de Cali (que rendeu ao Brasil três vagas) ainda não havia sido realizada”.
Na Colômbia, Márcio Wenceslau (-58kg), Débora Nunes (-57kg) e Natália Falavigna (+67kg) obtiveram classificação para os Jogos chineses. No total, 16 atletas integram a seleção olímpica permanente.
Ciente da determinação de Silva de recorrer à Justiça para obter apoio, Medeiros garante que a prioridade da Confederação não é ver a modalidade como tema nos tribunais. “Certamente, isso não nos interessa. O que nos deixa um pouco aborrecidos é pelo atleta tentar usar a mídia como forma de pressão”, critica. “Ele não ligou para o presidente para conversar sobre nada disso”.
Este ano, além dos recursos da Lei Piva (cerca de R$ 465 mil), o orçamento da Confederação de Taekwondo contará também com cerca de R$ 23 milhões oriundos da Lei de Incentivo ao Esporte. O dinheiro, segundo Medeiros, será destinado prioritariamente ao pagamento dos atletas, viagens de treinamento, competições e intercâmbios.
A programação antes dos Jogos de Pequim prevê quatro viagens ao exterior. Em fevereiro, o trio com classificação olímpica participa do evento-teste da modalidade, na China. De lá, o grupo segue para a Alemanha, onde participa do Aberto de Hamburgo, retornando ao Brasil
Durante a preparação, a seleção brasileira também recebe atletas coreanos para um intercâmbio no Brasil.