A vela deve ser um dos esportes mais cobrados durante os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro 2016. Com o multicampeão Torben Grael como chefe de equipe, as brasileiras Isabel Swan e Renata Decnop, da classe 470, minimizam a pressão e veem as particularidades da Baía de Guabanara como trunfo.
“É natural que exista mais pressão, mas nenhuma cobrança é maior do que aquela que a gente mesmo se coloca. Estamos bem em relação a isso, é uma questão de se acostumar. Temos que manter os métodos e o planejamento. Esse tipo de coisa faz parte da vida do atleta e tentamos levar da melhor forma”, disse Swan.
A vela, responsável por 17 medalhas para o Brasil na história dos Jogos, é superada apenas pelo judô (19) e pelo vôlei (20, levando em conta quadra e praia). Neste contexto, é uma modalidade chave nos planos do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), que espera terminar no top 10 por número de pódios em 2016.
Caso confirmem presença nos Jogos, Isabel Swan e Renata Decnop devem ser das atletas mais cobradas, já que a primeira conquistou o bronze nos Jogos Olímpicos de Pequim 2008 ao lado de Fernanda Oliveira, atual companheira de Ana Barbachan.
“Olimpíada é Olimpíada, mas vamos fazer a mesma preparação de sempre. Não muda grande coisa nesse sentido pelo fato de competirmos dentro de casa”, minimizou Renata Decnop. A dupla conta com assistência psicológica especializada, mas confia no amparo de Torben Grael, coordenador da Confederação Brasileira de Vela (CBVela) e dono de cinco pódios olímpicos (dois ouros, uma prata e dois bronzes).
“O Torben é uma pessoa muito experiente, que passou por várias Olimpíadas e foi bem-sucedido. De certa forma, ele sabe qual é a receita do bolo. O remo era muito amador nos anos 1980 e agora está cada vez mais profissional. Aos poucos, a CBVela vem evoluindo também”, disse Swan.
A poluição na Baía de Guanabara é um dos principais problemas na preparação do Rio de Janeiro para os Jogos Olímpicos 2016. Para as atletas, no entanto, o fato de competir na região é um trunfo, já que as cinco raias planejadas para o evento têm uma série de particularidades.
“A vantagem é o fato de que as condições locais são muito específicas. A baía tem uma entrada bem pequena, então as trocas de maré ocorrem em correntes super específicas. Quase nenhum lugar do mundo é parecido. Para a gente, que treina todo o dia aqui, é uma vantagem sobre os estrangeiros”, disse Decnop.
Isabel Swan, por sua vez, adota postura mais cautelosa. “Em um primeiro momento, competir na Guanabara é um trunfo, mas não podemos ficar presas a isso. Todos vão conhecer a raia e se preparar. As equipes mais fortes já estão aqui tentando entender como funciona e as condições vão mostrar quem são as melhores”, previu.